sexta-feira, agosto 24, 2007

Putin, o czar da Rússia e o FMI

Tradicionalmente os Estados Unidos apontam o Presidente do Banco Mundial e os europeus o Diretor Gerente do FMI. A Espanha emplacou o mais recente diretor do Fundo, o ministro da economia de José María Aznar, Rodrigo Rato.

Por uma decisão pessoal, Rato deixará o cargo e voltará a Espanha. Abriu-se a disputa para que a Europa apontasse seu sucessor. Por aqui, o velho continente fechou-se em torno da indicação francesa de Nicolas Sarkozy, o ex-ministro da economia do Partido Socialista, Dominique Strauss-Kahn.

Agora Putin apresenta sua cartada, o antigo governador do Banco Central e ex-primeiro ministro da República Tcheca, Josef Tosovsky, que atualmente dirige o Instituto de Estabilidade Financeira da Suíça. A indicação russa não conta com respaldo do governo tcheco, que fechou questão com os colegas da UE em favor de Strauss-Kahn.

Está é mais uma jogada de Putin para tentar consolidar poder na esfera internacional. Moscou alega que existem vários países que apoiam o nome de Tosovsky, mas que por enquanto não iria divulgá-los. Tá bem. Se existem apoios, eles somente podem vir de países emergentes, sem o peso necessário para virar o jogo. Os Estados Unidos e a União Européia têm 49,85% dos votos do conselho de direção do FMI.

Tirar esta eleição das maõs de Strauss-Kahn é praticamente impossível, já que conta com apoio dos Estados Unidos, Europa e diversos outros países, como a China. O que Putin quer é mostrar a cara e firmar posição. Depois pode barganhar e mostrar que a Rússia não se alinhou com as grandes nações. Tudo um jogo armado pelo Kremlin.

Aliás, para quem deseja conhecer um pouco mais sobre Putin e seus métodos de governo, sugiro a leitura da The Economist que acaba de sair por aqui: "Putin's People: The Spies who run Russia". www.economist.com

Deixo uma pequena pergunta para refletir...Quem disse que a Guerra Fria acabou?

Nenhum comentário: