terça-feira, outubro 16, 2018

Bolsonaro Consolidado

A margem aberta por Bolsonaro nas projeções de segundo turno é do tamanho da indignação do eleitor, algo que corrobora a tese de que os institutos tradicionais erraram feio na medição da rejeição. Ibope e Datafolha apontavam para o fato de que Bolsonaro perderia para qualquer candidato na reta final. Um argumento que foi inclusive usado por opositores para tentar a migração do voto útil para suas campanhas, uma estratégia que não funcionou.


Ao contrário, o alto índice de rejeição apontado pelas pesquisas fez Bolsonaro avançar ainda mais, direcionando o voto útil no capitão para que ele ganhasse ainda no primeiro turno. Na última semana nasce uma onda pró-Bolsonaro que se torna um efeito manada, que chegou perto de entregar-lhe a vitória já na primeira rodada. Alckmin, Alvaro e Meirelles desidrataram. Amoedo resistiu.  

Minas Gerais aponta para uma vitória folgada de Bolsonaro. O estado possui a característica de apontar a tendência nacional sem nunca ter errado os caminhos de uma eleição nacional. Entre os mineiros, o candidato do PSL já atinge 70% dos votos. Isto mostra que no quadro nacional a tendência é que Bolsonaro amplie ainda mais a vantagem que possui sobre Haddad, hoje entre 18 e 19 pontos. No dia da eleição pode chegar a mais de 25 pontos. Se isto se confirmar, o petismo terá sofrido mais dura derrota eleitoral da história, uma surra que não está acostumado a enxergar nas urnas.

Bolsonaro lidera em todos os estratos testados nas pesquisas, mas especialmente entre as mulheres, com 47% contra 36% de Haddad. Sua rejeição neste grupo também é menor, ou seja, as mulheres rejeitam muito mais o petismo do que Bolsonaro. Haddad vence apenas no Nordeste, entre os que ganham até um salário mínimo e possuem apenas o ensino fundamental. Sem fatos novos, o jogo está praticamente selado.

O capitão deve chegar a vitória com folga embalado pelo antipetismo e pela indignação do eleitor. Conseguiu um feito inédito, embalar a eleição de uma bancada conservadora de 52 deputados que ainda deve receber novos membros batendo nos 70 deputados, tornando-se o maior partido da Câmara. Este movimento de renovação impulsionou também os candidatos da direita liberal que chegaram a oito cadeiras. Bolsonaro deve governar diante de uma base de direita de praticamente 80 deputados. Para quem falava em governabilidade, uma realidade que se impõe.

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