A margem aberta por Bolsonaro nas
projeções de segundo turno é do tamanho da indignação do eleitor, algo que
corrobora a tese de que os institutos tradicionais erraram feio na medição da
rejeição. Ibope e Datafolha apontavam para o fato de que Bolsonaro perderia
para qualquer candidato na reta final. Um argumento que foi inclusive usado por
opositores para tentar a migração do voto útil para suas campanhas, uma
estratégia que não funcionou.
Ao contrário, o alto índice de
rejeição apontado pelas pesquisas fez Bolsonaro avançar ainda mais,
direcionando o voto útil no capitão para que ele ganhasse ainda no primeiro
turno. Na última semana nasce uma onda pró-Bolsonaro que se torna um efeito
manada, que chegou perto de entregar-lhe a vitória já na primeira rodada.
Alckmin, Alvaro e Meirelles desidrataram. Amoedo resistiu.
Minas Gerais aponta para uma vitória
folgada de Bolsonaro. O estado possui a característica de apontar a tendência
nacional sem nunca ter errado os caminhos de uma eleição nacional. Entre os
mineiros, o candidato do PSL já atinge 70% dos votos. Isto mostra que no quadro
nacional a tendência é que Bolsonaro amplie ainda mais a vantagem que possui
sobre Haddad, hoje entre 18 e 19 pontos. No dia da eleição pode chegar a mais
de 25 pontos. Se isto se confirmar, o petismo terá sofrido mais dura derrota
eleitoral da história, uma surra que não está acostumado a enxergar nas urnas.
Bolsonaro lidera em todos os
estratos testados nas pesquisas, mas especialmente entre as mulheres, com 47%
contra 36% de Haddad. Sua rejeição neste grupo também é menor, ou seja, as mulheres
rejeitam muito mais o petismo do que Bolsonaro. Haddad vence apenas no
Nordeste, entre os que ganham até um salário mínimo e possuem apenas o ensino
fundamental. Sem fatos novos, o jogo está praticamente selado.
O capitão deve chegar a vitória com
folga embalado pelo antipetismo e pela indignação do eleitor. Conseguiu um
feito inédito, embalar a eleição de uma bancada conservadora de 52 deputados
que ainda deve receber novos membros batendo nos 70 deputados, tornando-se o
maior partido da Câmara. Este movimento de renovação impulsionou também os
candidatos da direita liberal que chegaram a oito cadeiras. Bolsonaro deve
governar diante de uma base de direita de praticamente 80 deputados. Para quem
falava em governabilidade, uma realidade que se impõe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário