sexta-feira, outubro 25, 2013

A Reação de Palin

As eleições do próximo ano serão fundamentais nos Estados Unidos. Cada voto decidirá o rumo e a forma de um Congresso que será responsável pelos dois últimos anos de Obama na Casa Branca e os líderes que darão as cartas na escolha dos candidatos a Presidente em 2016. Enquanto alguns enxergam a corrida presidencial longe no horizonte, uma dica: tudo já começou.

Os primeiros movimentos dentro do GOP, Grand Old Party, como são chamados os republicanos por aqui, foram dados por Sarah Palin. Sim, ela está de volta ao ringue. Não disputará qualquer cargo novamente, mas estará por trás da estratégia de seu grupo em moldar um partido mais conservador e que oriente a escolha de um candidato alinhado com estas idéias para 2016.

Muitos acreditam que Sarah Palin é uma piada. Não é. Como analiso do ponto de vista estritamente político, deixem as paixões de lado e vamos tentar colocar o assunto em perspectiva. Ela possui realmente um potencial enorme de desequilibrar disputas em redutos mais conservadores. Neste caso, sua estratégia não é vencer democratas, mas reordenar a estrutura dos republicanos, levando o partido como um todo a um viés mais conservador.

Ela tem cruzado o país. Iowa, Tennessee, Carolina do Sul, Kentucky, Mississippi. Onde houver um republicano moderado nas cordas, ela irá ajudar a derrubá-lo elegendo nas prévias pré-candidatos mais conservadores. Sua cruzada é longa, mas não falta energia. O deputado Lamar Alexander está na sua mira, assim como os senadores Mitch McConnell e Lindsay Graham. Estes são os primeiros, mas sua lista é longa. Palin pode desequilibrar o Partido Republicano para a direita.

Sua participação em primárias é comemorada pelos conservadores, inclusive porque além de desequilibrar disputas, sua simples presença leva campanhas a arrecadar muito mais fundos e leva estímulo de voto para eleitores que não participariam da escolha. Ela é uma estrela nestes redutos.

Quem pensa que Palin está na estrada para 2014 se engana. Ela quer organizar o partido cada vez mais perto de suas idéias para que em 2016 o GOP venha com um nome realmente ligado ao lado mais conservador. O trabalho de fundo que Palin está fazendo tem por objetivo reorientar o partido, mas também pode rachá-lo de forma muito preocupante. A polarização é o hoje o principal problema da política americana. Neste caso ela tenta apagar o fogo com gasolina. A conferir.

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