quinta-feira, outubro 31, 2013

A Habilidade de Mariano

A notícia mais importante da semana foi a confirmação por alguns institutos dos dados fornecidos pelo Banco de España: o país realmente está conseguindo sair da recessão. A situação ainda não é boa, mas pela primeira vez vemos um movimento real de condução dos números para patamares mais animadores. Esta é uma ótima notícia para o Presidente de Governo, Mariano Rajoy, que enfrenta a mais grave crise desde a redemocratização.

Mariano formou uma grande equipe e possui ao seu lado a experiência de ter participado do grupo de José María Aznar, que conduziu a Espanha pelo caminho da recuperação econômica entre 1996 e 2004. Quando Aznar chegou ao poder, o desemprego rondava os 25% e os números da economia eram desanimadores. Em pouco tempo foi possível reverter este cenário tornando a Espanha uma das jóias da economia da zona do Euro. Mas depois de Aznar colocar a casa em ordem veio um atentando e Zapatero assumiu o poder. A economia saiu dos trilhos, como era esperado.

Rajoy é o quadro mais preparado do Partido Popular. Durante os anos em que trabalhei dentro da estrutura partidária do PP espanhol em Madri, sempre reconheci uma competência particular na condução dos dados e pesquisas por Mariano. Ele não é um político típico. Não é dado a arroubos populistas. É discreto. Assemelha-se mais um técnico com larga experiência em contas públicos e no funcionamento da máquina estatal. Conhece cada detalhe de seus gargalos, necessidades e imposições. Sua eleição era exatamente aquilo que a Espanha precisava.

Portanto, os números não surpreendem. Sabemos que a situação deixada por Zapatero, agravada pela crise, é muito mais severa do que aquela encontrada por Aznar em 1996, mas se existe um nome capaz de reverter este estado de coisas, este nome é o de Mariano.

Pela primeira vez em muito tempo vemos a quarta maior economia da zona do Euro sair da contração. O desemprego, que andava na casa dos 7% com Aznar e subiu para assustadores 26% com os socialistas dá sinais de mudança. Pela primeira vez, vemos uma contração para a casa dos 25%. As exportações voltaram a crescer. O trabalho adiante ainda é longo, mas sabemos que a Espanha trilha o caminho correto.

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