quarta-feira, outubro 09, 2013

O Dilema de Obama

Enquanto o governo permanece em shutdown, Obama tem pela frente uma nova prova de fogo. Em mais alguns dias o Congresso deve autorizar o aumento do teto da dívida americana. Os republicanos mandaram um recado: estão dispostos a usar esta votação como mais uma arma política para que o Presidente negocie. Até o momento a Casa Branca está irredutível.

Enquanto a falta de autorização para o governo gastar acarreta um prejuízo mais de impacto político, a decisão de não elevar o teto da dívida pode levar os americanos a não honrarem seus papéis, considerados os mais seguros do mundo. Tal ato levaria incerteza aos mercados, derrubaria as bolsas e poderia gerar uma situação de tensão econômica séria.

Obama conta com o bom senso dos republicanos, ou seja, acredita que não prejudicariam o país misturando as duas questões. Entretanto, a intransigência da Casa Branca em buscar uma saída ao shutdown pode levar os republicanos a uma decisão mais radical. O Presidente deve se preparar para o pior, até porque a oposição jogará no seu colo o ônus de não honrar com os próprios papéis e jogar os Estados Unidos em uma situação de vexame econômica mundial. Dirão que a intransigência do Presidente está levando o país a uma situação preocupante.

O fato é que estes acontecimentos mostram um governo errático e sem rumo. Obama aposta todas suas fichas no seu projeto de saúde, mas não possui maioria na Câmara para fazer sua iniciativa ser incluída no orçamento. Está esticando a corda e não mostra-se disposto a ceder. Do outro lado, os republicanos negociam somente se o Obamacare foi retirado ou prorrogado. Há um impasse. Se de um lado existe um legado a defender, do outro existe uma agenda muito clara de combate ao projeto de saúde. No meio de toda esta guerra, que já paralisou o governo, pode acabar sobrando para a economia. Quando Obama estava no Senado, votou pela rejeição do aumento do teto, como mostra a foto. Disse que faltava liderança ao Presidente Bush. Talvez a mesma que ande em falta no Salão Oval nos dias de hoje.

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