segunda-feira, outubro 21, 2013

Espionagem na França

Edward Snowden continua fazendo estragos. Agora o alvo foi a França. O Le Monde publicou, baseado mais uma vez nos documentos vazados pelo americano, que a NSA espionou também a França. Logo depois de enfrentar mais uma crise interna, Obama terá que lidar com sua agenda externa.

A França, que hoje é uma aliada dos Estados Unidos, reagiu, como era esperado. O Primeiro-Ministro, em visita na Dinamarca, declarou-se perplexo. Obama, por sua vez, ligou para Hollande com o objetivo de contornar a situação. O Embaixador foi convocado, como era de se esperar.

Certamente este embaraço será contornado, entretanto, o problema que Snowden causa aos Estados Unidos é enorme, por um simples, motivo: suas informações são publicadas a conta gotas, trazendo desespero para a chancelaria americana. Não é possível saber o que será publicado amanhã, uma vez que Snowden vazou, ou continua vazando, uma série de documentos.

Como é possível manejar uma política externa desta forma? Esta é uma questão que atormenta o Departamento de Estado, uma vez que as alianças e os acordos são colocados em xeque cada vez que a imprensa divulga mais uma ação de espionagem dos americanos, em especial, contra seus aliados. Na verdade é difícil construir uma agenda externa e mantê-la de pé desta forma.

Um governo, que já possui dificuldades no front interno, agora enfrenta sérios problemas no front externo. Quem detém e vaza sistematicamente estes detalhes em relação a espionagem pode moldar ou direcionar a política externa de Obama. Não é possível saber quando e de onde virá a próxima  denúncia. Mesmo que o governo tivesse um hábil manejo diplomático, o que não é o caso, já seria difícil. Com um governo sem uma agenda externa definida torna-se ainda mais preocupante. Para quem detém as informações, um valioso trunfo.

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