quinta-feira, julho 05, 2018

Alckmin em Risco

Circula em Brasília a informação de que Geraldo Alckmin poderia estar sendo rifado diante da falta de tração de sua campanha, estacionada ao redor dos 7%. Os principais arquitetos do projeto seriam Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, que andaram conversando nos últimos dias.

Alckmin nunca foi considerado um tucano de primeira linha pelos seus colegas, que acham seu jeito muito provinciano, algo que passa longe do charme intelectual de FHC. O ex-Governador de São Paulo inclusive gosta de nutrir este semblante de homem do interior, que cativa o eleitor paulista, mas passa ao largo dos cardeais de seu partido.

A conversa é sempre a mesma, substituir Alckmin por Doria na corrida ao Planalto. O nome do ex-Prefeito de São Paulo se encaixaria perfeitamente no quadro sucessório deste ano, entretanto, os tucanos perderam o timing. Presos a decisão de Geraldo Alckmin de concorrer, Doria perdeu a oportunidade de vender ao eleitor uma espécie de "chamamento das forças de centro" para largar a Prefeitura e concorrer ao Planalto. Feito da maneira correta, poderia funcionar. Quando deixou a Prefeitura para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes por vontade própria, desgastou sua imagem.

A operação imaginada por Temer e FHC esbarra em um ponto essencial. O Presidente do PSDB é Geraldo Alckmin e depende dele a opção de lançar-se candidato ou não. Se forçar a barra, pode ser abandonado pelos cardeais. Um dilema.

Se os tucanos partirem para a corrida presidencial como coadjuvantes, restará ao PSDB assumir a estratégia do MDB e tentar fazer um bancada numerosa para influenciar no próximo governo. Por enquanto, entretanto, os caciques de ambos os partidos ainda consideram marchar unidos, somando fundos eleitorais milionários e um tempo de TV considerável. Mas nesta equação não cabe Geraldo Alckmin. A conferir.

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