terça-feira, julho 03, 2018

Rejeição Política

O fenômeno da rejeição aos políticos vista no Tocantins pode se repetir em nível nacional na eleição presidencial. Por lá, mais de 50% foram para o chamado "não voto", somados brancos, nulos e abstenções. Isto mostra o grau de desencanto com a política e a rejeição aos políticos, algo que deve levar a uma profunda reflexão neste ciclo eleitoral.

As pesquisas nacionais mostram que 64,5% dos eleitores não se sentem representados por qualquer um dos 28 pré-candidatos a presidente. Vemos que não faltam candidatos, mas o eleitor ainda não se convenceu de que qualquer um deles pode fazer diferença no atual cenário. O brasileiro vive uma situação de total desesperança e desalento com o futuro, resultado de um processo de deterioração econômica iniciado por Dilma Rousseff, que atravessou um impeachment se alojou em um governo Temer que ainda não conseguiu apresentar soluções aos problemas reais da população. O poder de compra deteriora, a economia patina e os níveis de emprego não reagem.

Com a Lava Jato expondo as vísceras de um sistema viciado e a corrupção transbordando nos porões de Brasília, o cidadão hoje sente-se refém de políticos que perderam a credibilidade. Isto leva o eleitor a rejeitar a política em si, tornando a solução do problema uma equação de difícil solução. Foi o que vimos no Tocantins, quando 35% da população sequer foi votar no dia da eleição e 26% optaram por anular ou votar em branco, mesmo percentual observado nas pesquisas nacionais.

Estamos diante de um pleito extremamente incerto pela rejeição aos políticos, algo que levou a rejeição da polítca e afeta a credibilidade da democracia em si, um grande perigo que pode apontar o surgimento de líderes populistas. O vencedor da eleição será decidido pela abstenção e o desencanto com a política.

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