quarta-feira, julho 18, 2018

Um Vice para Bolsonaro

Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto, tem encontrado dificuldades para alinhar um vice com as características que deseja. A primeira conversa foi com Magno Malta, o preferido para ocupar este posto. O Senador, filiado ao PR, no entanto preferiu renovar sua cadeira do que embarcar na chapa presidencial. Seu partido também ficou mais longe de um acordo com o PSL.

Partiu-se então para opção do General Heleno, que comandou as forças brasileiras no Haiti e tem ajudado Bolsonaro na campanha. Mas Heleno é filiado ao PRP e o partido já tem apoios fechados em diversos estados que estão desalinhados com a candidatura do PSL. Na Bahia, por exemplo, o PRP está no palanque do PT.

A estratégia de Bolsonaro é escolher um vice que esteja completamente alinhado com suas ideias. Nada de ampliar o programa para agregar algum nome ou outro partido. Ele tende a permanecer firme nas suas posições, sem abrir a vice para obter mais tempo de rádio e TV ou apoio futuro no Congresso Nacional. Reforça sua imagem de outsider.

Se chegar ao Planalto, este movimento torna uma eventual manobra pelo impeachment de Bolsonaro inócua, uma vez que seu impedimento levaria ao poder alguém que conservaria seu estilo e agenda, um nó para a classe política desatar.

Bolsonaro seguirá sua busca por um nome alinhado com seu perfil, não importa se de um partido pequeno, mas alguém que ele confie. Ninguém deseja um vice que conspire ao lado do parlamento para rifar o Presidente e chegar ao Planalto. A lição do último impeachment foi bem assimilada.

Em um horizonte amplo, uma aliança entre PRB e PSL seria estratégica, levando o empresário Flavio Rocha para vice de Bolsonaro e o impulso da Igreja Universal e da Rede Record para dentro da campanha. Diante de uma agenda comum no plano conservador e de abertura econômica, seria um casamento vitorioso em muitos planos. Um movimento improvável, mas de forte potencial eleitoral.

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