sexta-feira, julho 13, 2018

Pauta Bomba

Enquanto os candidatos ao Planalto se preocupam com alianças e tempo de TV, o Congresso Nacional está armando uma grande armadilha para o próximo governo. As receitas somem e são criados novos gastos públicos bilionários. Os números assustam e jogam fora qualquer tentativa de equilíbrio fiscal. Esta atitude transfere toda a pressão para o novo governo, que quando desembarcar no Planalto terá que implementar de forma urgente uma política de freio brusco nas despesas.

A irresponsabilidade em aprovar novos gastos se choca diretamente com um dos pilares da estabilização econômica implementada no país ainda na década de 90, a chamada meta de superávit. As contas públicas permaneceram em equilíbrio de 1999 até 2013. Em 2014, ano eleitoral, o desequilíbrio tornou-se uma realidade que assombra a economia brasileira até os dias atuais. Foram 32 bilhões em 2014, 115 bilhões em 2015, 154 bilhões em 2016, 124 bilhões em 2017 e uma previsão de 159 bilhões em 2018. Um governo em desequilíbrio asfixia a economia e inibe a criação de empregos.

As manobras em curso no Congresso Nacional jogam nos ombros do Tesouro gastos que variam entre 70 e 100 bilhões, uma carga que precisará ser paga pelo novo governo. Calcula-se que no próximo ano, além de carregar o déficit previsto, teremos que arcar com pelo menos mais 68 bilhões em despesas novas. Nosso parlamento pode estar inviabilizando o próximo governo antes da largada.

O pacote de bondades votado pelo Congresso Nacional afeta sua imagem para aqueles que entendem da consequências danosas de tais medidas, entretanto, para a grande massa da população, a imagem é outra. As benesses imediatas a grupos específicos asfaltam o caminho de uma reeleição tranquila para grande parte dos parlamentares. Um rombo nas contas públicas que garante sua permanência em Brasília.

A pauta bomba alivia temporariamente alguns setores jogando o peso do ajuste no ombros dos brasileiros pelos próximos anos. Desta forma, o Brasil segue sua rota de autodestruição.

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