Bem, depois de explicar o que é o grupo Prisa, podemos entender melhor a notícia que ainda repercute por aqui.
Na última quinta-feira, Jesús de Polanco, Presidente do Prisa, perante a Junta Geral de Acionistas do grupo, declarou: "É muito difícil estar de acordo com a política de certos partidos (referindo-se ao Partido Popular), especialmente em momentos em que alguns desejam voltar a Guerra Civil".
Suas declarações tiveram um efeito devastador. A Guerra Civil espanhola (1936-1939) é considerado um período de muita dor por aqui. O tempo passou, o assunto não é bem vindo, mexe com os brios das pessoas, já existem outras gerações pós-guerra civil. Enfim, evocar este passado é delicado, para nao dizer irresponsável, neste momento.
Os populares reagiram. Gabriel Elorriaga, responsável pela área de comunicação do PP, declarou: "Uma agressão injustificada contra milhões de espanhóis, algo que supera a simples crítica ideológica, imputando ao PP comportamentos, atuações e intenções abertamente antidemocráticos. Estas intoleráveis declarações põe em evidência o profundo sectarismo de Jesús Polanco e acabam com qualquer pretensão de imparcialidade do Grupo Prisa".
O grupo Prisa sempre foi hostil aos populares e simpático aos socialistas, mas segundo o PP, desta vez seu Presidente ultrapassou o limite do razoável.
O PP ameaça o grupo Prisa com um boicote. Se o Presidente do Prisa não retificar suas declarações, chamadas de "lamentáveis" pelos populares, estes deixarão de atender convocatórias de entrevistas e qualquer programa do grupo Prisa e demais empresas controladas por Jesús Polanco.
Depois disso, não há mais dúvida, El País e todo grupo Prisa iniciará uma guerra sem trégua contra o Partido Popular.
Enquanto a Espanha acumula rachaduras cada vez mais profundas, Zapatero deve estar rindo à toa.
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