quinta-feira, março 01, 2007

O Chile em debate em Madrid II

Perguntei sobre a posição chilena sobre o perigo que ronda as democracias da Venezuela, Bolívia e Nicarágua. Ele foi novamente pragmático: "O Chile aceita o pluralismo e o caminho que outras nações desejam seguir. Respeitamos as diversidades. Agora, para estabelecimento de laços comerciais, veremos o que há de comum e veremos o que fazer". Ou seja, para o Chile não interessa o que se passa fora de suas fronteiras, desde que não afete seus interesses e negócios.

Quanto a integração latino-americana se mostra decepcionado. Na sua opinião faltam principalmente interconectividade dos mercados, convergência de políticas econômicas (como estabeleceu o Tratado de Maastricht, para a UE) e integração energética, onde segundo ele: "Fala-se muito e faz-se pouco", concluindo, "Na América Latina a integração sempre ocorreu de cima para baixo".

Esta certíssimo neste ponto. Os acordos na América Latina são muita pompa e conteúdo zero. E quando há conteúdo, não se respeitam as regras no decorrer dos laços comerciais.

Ele trouxe um dado interessante. O comércio regional da UE é responsável por 65% do seu total anual. Na América Latina este percentual de comércio interno é de apenas 25%. Ou seja, os europeus comerciam muito mais entre si do que os latino-americanos.

Foxley indicou que necessita mais presença européia em nosso continente, pois considera a Europa um sócio natual. com uma espécie de poder conceitual. Assim, reclama um diálogo político mais intenso, em especial da Espanha, que segundo ele, é "A voz da América Latina na Europa".

Falou também do Chile internamente, da necessidade de importar 90% do petróleo consumido, de sua dependência energética da Argentina e da intenção de diversificar a matriz, inserindo fontes geotérmicas e, na linha do politicamente correto, renováveis.

Nenhum comentário: