terça-feira, fevereiro 27, 2007

O Julgamento dos Atentados de 11-M

A justiça espanhola está dando um show com o julgamento dos prováveis envolvidos nos atentados de 11 de março de 2004 em Madrid (três dias antes das eleições gerais). Está mostrando aos fundamentalistas como a justiça ocidental aplica a lei, com possibilidade de contraditório e ampla defesa, e o Estado de Direito é aplicado na busca pela verdade. Se confirmadas as acusações, serão condenados pelos atos de brutalidade. Só para lembrar, os atentados de 11-M (como são chamados em Madrid) nos trens de Cercanías da capital espanhola tiraram a vida 191 pessoas e provocaram 1.824 feridos.

29 suspeitos de envolvimento estão sendo julgados. Os acusados ficam dentro de uma redoma blindada na sala de julgamento. A grande repercusão até agora foi com suposto líder da célula que realizou os atentados, Rabei Osman El Sayed "o egípicio", que se comparou ao Papa Bento XVI nesta segunda-feira. Preso em Milão, Itália, depois de se vangloriar em ligações telefônicas, com um homem chamado de Yahia, que era o autor intelectual do massacre. Ele pela primeira vez nega que seja sua voz em tais ligações. Ademais, foram encontradas anotações pertencentes a ele que diziam: "11-03-04 sahid -miel" ("mártir-explosivo").

Uma das grandes questões é verificar se o julgamento será capaz de precisar se realmente existiu uma conexão entre o ETA e esta célula espanhola da Al Quaeda. Os tipos de explosivos utilizados, neste momento, apontam para a possibilidade real de tal conexão existir. Se isto for provado, ficará evidente que o governo Aznar não mentiu após os ataques, o que pode influenciar de forma determinante o resultado das próximas eleições - assim como os desdobramentos do atentado deram a vitória a Zapatero.

Assim, a Espanha está atenta a todos os movimentos deste julgamento que hoje entra no sétimo dia.

Quem quiser ler na íntegra o depoimento do "egípcio", acessem http://www.abc.es/informacion/pdf/declaracion_egipcio.pdf

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