sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Os problemas de Hillary

Vamos nos permitir fazer um exercício sobre o que pode ocorrer na campanha democrata.

Tudo indica que Hillary não conseguirá a indicacão. A tendência política corre neste sentido, mas vamos procurar argumentos políticos para sustentar essa idéia.

Ela tende a perder no Texas e Obama segue crescendo em Ohio. O fato é que Obama, pelo sistema proporcional, não precisa vencer nestes estados, ele apenas precisa dividir o voto com Hillary, evitando que ela leve a maioria dos delegados. Um empate, portanto, favorece Obama, pois deixa a corrida na mesma situação atual.

No mesmo dia ocorrem primárias em Vermont e Rhode Island. Pequenos estados, mas que podem fortalecer o nome daquele que vencer no Texas ou Ohio.

Por exemplo: Texas (Obama) + Vermont (Obama) + Rhode Island (Obama) - Ohio (Hillary)= Momento para Obama. Ao contrário: Ohio (Hillary) + Vermont (Hillary) + Rhode Island (Hillary) - Texas (Obama)= Momento para Hillary e uma espécie de renascimento para sua candidatura. O problema é que a equação a favor de Hillary é mais difícil de se concretizar.

Depois dessas primárias, onde Obama deve sair com uma vantagem de cerca de 150 delegados, virá a Penssylvania. E apesar da liderança de Hillary, Obama tem apoio dos sindicatos.

O problema vem depois da Pennsylvania, quando metade dos delegados restantes virão de lugares com clara vantagem para Obama. São dois no Sul e um liberal. Vejam os estados: Carolina do Norte, Mississippi e Oregon. Geograficamente são estados que favorecem Obama, além de ter vencido nos vizinhos (Washington, Lousiana e Carolina do Sul).

Hillary precisa vencer, e bem. De outra forma, está perdida. Precisa recuperar espaço no Texas, vencer em Ohio e ganhar momento e impulso com Vermont e Rhode Island. Somente assim sua campanha terá força para brigar seriamente na Pennsylvania e ainda sobreviver para tentar a indicação.

Não é uma tarefa impossível, mas improvável de acontecer.

Bloomberg fora da disputa

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou ontem que não concorrerá nas eleições presidenciais deste ano. Houve muita especulação sobre isso, há muitos meses. Ele, que durante toda vida foi Democrata, tornou-se Republicano para concorrer e vencer a corrida em NYC e atualmente fora dos dois partidos, concorreria como independente.

Certamente sua avaliação de que um candidato independente tem chances de chegar a Casa Branca está correta. Ele tentaria ocupar este espaço. Entretanto, outro candidato já ocupou este espectro, Barack Obama. Por certo, ambos partidos escolherão nomes alinhados a um esforço bipartidário no Congresso. McCain é o nome que mais representa este movimento entre os Republicanos e Obama, apesar de ter políticas que fogem ao centro, consegue alinhar-se, em discurso, facilmente com o eleitorado centrista. O país está cansado de agendas rígidas, especialmente depois de um governo Bush.

Michael Bloomberg entendeu o panorama, mas demorou para realizar este movimento político. Obama ocupou este espaço.

O Prefeito de Nova York disse que está aberto a apoiar um candidato compromissado com esta via independente bipartidária. Pode naturalmente ser Obama. Aliás, Bloomberg seria um ótimo candidato a Vice de Obama. Mas esta já é outra história.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Hillary divulga arrecadação

Hillary acaba de divulgar o total de sua arrecadação de fundos no mês de fevereiro. Ela chegou aos US$ 35 milhões. Uma boa recuperação frente aos decepcionantes US$ 14 milhões de janeiro.

A espera fica por conta de Barack Obama, que levantou em janeiro US$ 36 milhões. Ele irá muito mais longe do que Hillary, tenham certeza. Pelo que posso prever, de acordo com minha avaliação e as informações que tenho, é possível que ele possa chegar perto de US$ 60 milhões. Se isto ocorrer, será uma ducha de água fria na campanha dos Clinton. As doações para Obama jorram de todos os lados, mas fundamentalmente pequenas doações diárias pela internet. A arrecadação de pequenos apoiadores tem sido muito efetiva e lucrativa.

Obama gastou, até agora, mais do que Hillary no Texas e Ohio. Ele está na faixa dos US$ 7,5 milhões e ela US$ 4,6 mihões. E como se não fosse o bastante, os sindicatos estão pagando anúncios pró-Obama especialmente em Ohio.

McCain pede desculpas por Cunningham

Bill Cunningham, um popular apresentador de um programa de talk-radio conservador nos Estados Unidos, foi chamado esta semana para falar ao público antes de John McCain aparecer em um comício em Cincinnati, Ohio.

Cunningham foi agressivo em suas palavras, inferindo nuances estranhas quando se referia ao nome de Obama. O nome de Barack Obama é Barack Hussein Obama, e partindo daí, Cunningham passou a inferir e fazer suposições que passaram do aceitável.

McCain se desculpou bastante, afinal de contas, a escolha de Cunningham, nem seus comentários, representam a visão do Senador. McCain desautorizou qualquer comentário futuro ou passado deste nível. Agiu corretamente.

Quem ficou furioso foi Cunningham, que acusou McCain de não ser conservador o suficiente e disse que se juntaria a Ann Coulter, em apoio a Hillary Clinton. Lamentável.

É preciso manter um nível respeitoso na campanha. Se para alguns manter a postura de respeito, como deseja McCain, é falta de conservadorismo, certamente para esses falta visão política.

Hillary perde mais um apoio

O deputado John Lewis, de Atlanta, Georgia, anunciou que não apóia mais Hillary Clinton. A partir de agora, ele apoiará Barack Obama. John Lewis é, assim como o senador Chris Dodd, um dos super-delegados que pode decidir a escolha do candidato na Convenção Democrata.

A troca de John Lewis merece destaque porque, além de ser mais um apoio perdido por Hillary, ele é um dos mais fortes nomes relacionados com o movimento em defesa dos direitos civis no sul dos Estados Unidos.

Mas Lewis não é bobo. Ele percebeu a nova direção dos ventos políticos e além disso, o distrito pelo qual é eleito, apesar de seu apoio formal a Hillary, votou em peso em Obama. Ele está buscando garantir também sua reeleição.

Mas vejam sua justificativa. Ele evidenca muito do que tenho visto, de uma onda pró-Obama muito difícil de ser contida pela senadora Hillary Clinton. John Lewis disse: "Existe um movimento, existe um espírito, existe um entusiasmo nos corações e mentes do povo americano, algo que não vejo há muito tempo, desde a candidatura de Robert Kennedy".

Suas palavras merecem reflexão. Existe certamente algo em movimento que muitos ainda não entenderam.

No Texas, o Real Clear Politics confirma a tendência da pesquisa CNN, e Obama vai distanciando. O Senador virou o jogo e segue na liderança (48% X 46%).

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Um debate morno

Para quem esperava uma guerra entre Obama e Hillary no debate de ontem, na MSNBC, ficou decepcionado.

Alguns leves ataques aqui, outros ali, mas nenhum dos dois resolveu se arriscar. Obama posicionou-se como favorito, aparecendo pela primeira vez com um ar realmente presidencial e foi muito bem na área internacional (o ponto forte de Hillary), especialmente quando perguntado sobre o Kosovo. Ela esforcou-se em atacá-lo dentro um parâmetro aceitável. Não foi agressiva e justificou-se quando foi mostrado um vídeo em que ela atacava Obama: "Eu estava me divertindo um pouco", disse ela. Obama engatou, de forma genial e despreocupada, "E vc fez um ótimo trabalho tentando me imitar", puxando risadas de todos, inclusive da senadora.

Ela não conseguiu se impor. Ele manteve-se com postura de vencedor e pela primeira vez ela deu a entender que pode deixar a disputa, abrindo caminho para um discurso de despedida.

O fim para Hillary pode estar próximo. O Real Clear Politics também já mostra Obama na frente no Texas (47% - 46%).

O ponto baixo do debate foi quando ninguém, nem o moderador, acertou o nome do provável próximo Presidente da Rússia, Dmitry Medvedev.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Mais um apoio para Obama

Nesta manhã, o senador Chris Dodd, de Connecticut, anunciou seu apoio para Barack Obama.

Dodd era um dos pré-cadidatos democratas e deixou a disputa no começo do ano, depois do caucus de Iowa. Ele é o primeiro deles a oferecer o apoio a Hillary Clinton ou Barack Obama.

Chris Dodd foi Presidente do Partido Democrata (DNC) entre 1995 e 1997 e possui influência nos votos dos super-delegados.

Mas o que se comenta por aqui é que a disputa nas primárias democratas pode terminar dia quatro de março, dia das disputas no Texas e Ohio.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Obama já lidera no Texas

Por enquanto somente uma pesquisa, a mais recente, mostra o fenômeno, mas a diferença, apesar de estar na margem de erro, é grande. Na realidade o que todas as pesquisas mostram é um movimento ascendente de Obama e decrescente de Hillary. Ele sobe mais rápido do que ela desce, mas as pesquisas aprontam claramente esta tendência.

A pesquisa CNN já aponta 50% para Obama e 46% para Hillary. Os outros institutos, com pesquisas anteriores, evidenciam o mesmo movimento, apesar de mostrar a Senadora ainda em uma tímida e estreita liderança de um ponto.

Se uma vitória por estreita margem no Texas já seria ruim, uma derrota seria um desastre para a campanha de Hillary, que já respira por aparelhos.

O Fator Nader

O programa "Meet the Press" é um dos mais importantes do mundo político americano. Não haveria lugar melhor, portanto, para o anúncio de Ralph Nader: Ele será candidato a Presidente dos Estados Unidos.

Nader é um advogado formado por Harvard, assim como Obama, que se dedicou a causas como meio-ambiente e o combate as grandes corporações.

Nader, de 73 anos, é o pior pesadelo do Partido Democrata. Ele já concorreu cinco vezes e em 2000 chegou aos 3%, com mais de 3 milhões de votos. Al Gore acabou perdendo a Flórida para George W. Bush por 537 votos. Nader recebeu 97.000 votos no estado.

Nader tomou valiosos votos de Al Gore naquela eleição. Se não tivesse lançado sua candidatura, provavelmente George W. Bush não teria sido eleito Presidente.

Logo, Hillary e Obama já atacaram sua decisão de concorrer. Certamente sua presença tira votos dos democratas, mas pode ser mais fatal para Hillary do que para Obama, já que a senadora tenderia a uma eleição mais disputada com John McCain.

Mas Ralph Nader é candidato e isto é um fator nesta eleição. Um fator menor se Obama for o candidato democrata, mas ainda assim um fator.

McCain mais perto da indicação

Por mais que esteja claro que o Partido Republico, ou GOP, que significa Grand Old Party, irá indicar McCain, as primárias continuam ocorrendo e ele continua vencendo.

Neste final de semana foi a vez de Porto Rico, American Samoa e Northern Mariana Islands.

McCain apóia o início de um processo em Porto Rico que deixará a cargo da população escolher se pretende continuar na commonwealth, tornar-se um estado americano ou uma nação independente.

O números deixaram McCain agora com 1.016 delegados. Ele precisa de 1.191.

E Huckabee ainda segue na disputa, com 245 delegados.

"Shame on you, Barack Obama"

Hillary Clinton está furiosa com Barack Obama.

A campanha do Senador distribuiu, em Ohio, para eleitores e enviou para outros tantos pelo correio dois tipos de propagandas eleitorais contendo mentiras sobre as posições políticas da senadora.

Os panfletos elaborados por Obama contra Hillary versam sobre o Nafta e o sistema universal de saúde propostos pela Senadora. Um dos materiais diz que o plano da Senadora obrigaria cada americano a contratar um plano de saúde privado. Uma clara mentira.

Rapidamente Hillary chamou uma coletiva para, de modo furioso, repreender Obama, acusado-o de prática desleal e de mentir aos eleitores: "Shame on you, Barack Obama", declarou a senadora, de modo veemente, para logo depois desafiá-lo: "Me encontre em Ohio e vamos debater sobre táticas e seu comportamento nesta campanha".

Obama disse que nada do que está impresso foge da verdade. Hillary acusa-o de mentiroso e manipulador.

A temperatura esquentou. "There will be blood", sugeriu a CNN, inspirada no nome do filme que garantiu o Oscar de melhor ator para Daniel Day Lewis neste domingo.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Hillary se complica

O debate da CNN no Texas foi interessante. Hillary certamente mostra muito mais preparação que Barack Obama. Mas falta para a Senadora um elemento fundamental que sobra em seu adversário: carisma. Em Obama sobra emoção, enquanto Hillary peca pela razão excessiva.

No momento pró-Obama, ele segue embalado em carisma e emoção. Erram aqueles que acham que podem desconstruir Obama pela razão e argumentos técnicos. Alguns analistas insistem nisso. Já divergi de vários, em diversas reuniões. Repito: é a estratégia errada e a campanha de Hillary está pagando um preço alto por não reconhecer isso. O Partido Republicano deve ficar atento se Obama for o candidato.

Vamos as evidências. Obama encostra em Hillary no Texas. Enquanto Hillary mantem-se nos 48%, Obama avança diariamente, chegando nesta sexta-feira aos 46%. Vale lembrar que o Texas possui um componente latino de peso e mesmo assim Obama cresce. Este voto ainda repousa na candidatura de Hillary, o que evidencia que em outros grupos Obama segue avançando.

Em Ohio, Hillary segue na frente, mas Obama, como sempre, vem descontando. Subiu de 36% para 42%. A distância entre os dois é de nove pontos.

Na Pennsylvania, devemos lembrar do peso que os Teamsters podem trazer para Obama.

Em resumo, Hillary está em apuros. Nas primárias democratas, existe proporcionalidade de delegados, portanto a vitória não expressa tanto o resultado, quanto a diferença entre os candidatos. Obama tem vencido com folga, portanto Hillary precisa vencer Texas, Ohio e Pennsylvania por grande margem.

Tudo indica que isto não irá ocorrer.

New York Times acaba por unificar os Conservadores

A história publicada pelo New York Times tem recebido críticas de todos os lados. John McCain foi atacado violentamente por uma matéria de capa baseada em apenas duas fontes anônimas. O Times já possuia a matéria desde de dezembro, mas esperou o melhor timing para divulgá-la.

Mas a história, que não afetou a popularidade de McCain, acabou de alguma forma servindo de ajuda dentro do Partido Republicano. A ala mais conservadora do partido saiu completamente unida em sua defesa. Artigos nos jornais, entrevistas na TV, programas de rádio. Matt Towery, Rush Limbaugh, Laura Ingram, David Brody, Newt Gingrich e inclusive seu adversário interno, Mike Huckabee. Todos saíram em defesa do Senador, sejam jornalistas ou políticos.

O movimento do New York Times, já endossado pelo outro jornal democrata, o Washington Post, gerou uma mobilização intensa em prol de McCain, que acaba finalmente por unir o partido em torno de seu nome.

Desta vez, o tiro saiu pela culatra.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Teamsters apóiam Obama

Barack Obama pode ter recebido um apoio um decisivo. James Hoffa anunciou o endosso oficial do poderoso sindicato dos Teamsters ao senador por Illinois.

Os democratas, que sempre foram apoiados pelos sindicatos, são beneficados pela capacidade de mobilização e levantamento de fundos destas entidades. Somente os Teamsters doaram aos democratas mais de U$ 2,2 milhões em 2004 e cerca de US$ 24 milhões desde 1989.

O apoio recebido por Obama pode ser decisivo por mobilizar a máquina dos Teamsters a seu favor especialmente em dois estados: Ohio e Pennsylvania, lugares onde Hillary esperava vencer com autoridade para continuar na disputa. Atingindo a campanha da senadora em duas de suas fortes bases, Obama pode ter dado um passo decisivo em direção da vitória interna em seu partido.

Em apenas uma semana Obama recebeu o apoio de quatro sindicatos. Hillary ainda está na frente, com o apoio de 12, na sua maioria da American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO). Apesar de apenas dois sindicatos da AFL-CIO apoiarem Obama, o endosso do poderoso Teamsters, com seus 1,4 milhão de membros (e suas famílias, como Hoffa gosta de lembrar), pode ter quebrado a estratégia da senadora de forma significativa.

McCain sofre ataque do NY Times

E a campanha presidencial já começa a produzir seu material sujo. Isto mostra que estamos chegando em um novo patamar das eleições.

E foi exatamente John McCain o primeiro alvo da guerra suja. Ele foi acusado pelo jornal New York Times, para quem não sabe, um veículo assumidamente democrata, de ser amante de uma lobista. Esta, por sua vez, teria clientes com interesses no comitê de comércio, presidido pelo Senador no Congresso.

A lobista em questão chama-se Vicki Iseman, de 40 anos, e ela teria sido amante de McCain em 2000. O Senador nega, tanto a acusação relativa ao caso extra-conjugal, como qualquer tipo de beneficiamento a qualquer empresa representada por Iseman. Sua esposa, Cindy, manteve-se ao seu lado repudiando a história publicada pelo Times.

A reportagem do Times é estritamente baseada em fontes anônimas e foi divulgada logo depois de McCain vencer mais uma primária, desta vez em Wisconsin.

Mas vejam isto. Bob Bennett, democrata registrado e advogado de Bill Clinton, investigou a fundo John McCain por um ano e meio, e na qualidade de Conselheiro Especial do Comitê de Ética do Senado declarou que McCain é acima de tudo um homem honesto e honrado.

Como disse, começou a guerra suja. É uma pena que iniciem já com a tentativa de atingir a honra pessoal de John McCain. E para quem lembra de acontecimentos passados, o NY Times não é o melhor exemplo de ética jornalistica que conhecemos.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Obama vence no Havaí por larga margem

O que Obama conseguiu no Havaí é exatamente o que Hillary necessita fazer no Texas e Ohio. Vencer com folga. Como previ aqui mais cedo, o Havaí foi para Obama.

O Senador obteve 76% dos votos e Hillary apenas 24%. Foi mais uma vitória arrasadora. A décima seguida.

Assim, Obama aumenta a diferença para Hillary. Agora ele tem 1.354 delegados, contra 1.263 dela.

No voto popular, a diferença entre os dois continua também aumentando, com vantagem para Obama, que virou o jogo mesmo contando os votos que Hillary recebeu na Flórida.

Obama: 10.175.212
Hillary: 9.279.313

E mesmo com a Flórida, Obama também segue na frente:

Obama: 10.751.426
Hillary: 10.150.299

Se Hillary não vencer bem em Ohio e Texas, sua campanha pode estar chegando a um melancólico fim.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Obama vence pela nona vez seguida

Obama venceu com autoridade mais uma vez. Agora foi no Wisconsin. Seu discurso de vitória já foi em Houston, Texas, para onde se encaminham os democratas (e onde Hillary possui mais força).

Ele falou para 20.000 entusiasmados eleitores por 44 minutos. O discurso foi como sempre. Perfeito, com sensibilidade, timing, incisivo quando necessário e já posicionando-se no contraponto com McCain.

Imaginei que Obama venceria em Wisconsin, como deve vencer no Havaí em poucas horas. No primeiro, há grande concentração de estudantes e fronteira com estados que apoiam o Senador, em especial Illinois, sua base eleitoral. Já o Havaí é sua terra natal.

Ele chegará por volta dos 57% e Clinton chegará aos 42%. A Senadora precisará vencer com folga, algo como 60 -40, em Ohio, onde discursou há pouco, para virar o jogo. Sua situação é cada vez mais crítica.

Bola fora de Michelle Obama

Em Milwaukee, Wisconsin, a esposa do senador Barack Obama, em um estilo muito conhecido pelos brasileiros, saiu-se com esta pérola: "Pela primeira vez, em minha vida adulta, eu estou orgulhosa de meu país porque existe a volta da esperança".

Mas aqui essas frases são levadas à sério.

A repercussão negativa foi arrasadora. Michelle Obama, que chegou a vida adulta em 1982, nunca havia sentido orgulho da América. Feriu o sentimento patriótico tentando fazer uma frase de efeito. Tentou consertar depois, durante um discurso em Madison, WI. Mas certas coisas, em especial na política, não tem conserto. Era melhor pedir desculpas e seguir em frente.

A assessoria de Obama deve conversar seriamente com Michelle. Uma capanha séria não pode se dar ao luxo de cometer erros infantis.

Obama começa a sentir o peso dos holofotes sobre seu favoritismo.

Ex-Presidente Bush apresenta seu apoio a McCain

O ex-presidente George H. W. Bush anunciou seu apoio ao senador John McCain.

Nada demais, já que ambos são republicanos, mas dada a resistência sofrida dentro do partido por McCain, é um endosso que chega em ótima hora.

O ex-presidente, que foi também VP de Ronald Reagan, lembrou que muito diziam que Reagan também não era conservador o suficiente. É a mesma ala do partido que hoje adora Reagan e despreza McCain.

Será que agora Mike Huckabee desiste ou ainda espera por uma intervenção divina?

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Gore, o mediador

Os Democratas estão receosos com o resultado da batalha entre Clinton e Obama. O medo é de que os efeitos sejam de tal ordem que acabem por afetar de forma determinante as aspirações do vencedor.

Hillary Clinton já luta para fazer valer os delegados do Michigan e, principalmente da Flórida, que estariam fora da disputa, uma vez que os dois estados andiantaram suas primárias. Obama nem concorreu no Michigan.

No meio deste racha entre os democratas, que pode lhes custar a eleição, Al Gore surgiu como um possível mediador. Ele segue neutro na disputa e hoje é um dos barões do partido. Entretanto, enquanto uns criticam sua proximidade com os Clinton, outros dizem que esta não é mais tão forte, pois as rusgas entre ambos pode inclusive fazer a balança pender para Obama.

Tudo são especulações, mas aquele que poderia ter sido o candidato democrata, agora pode assumir a condição de árbitro em uma disputa, que se não for bem mediada, pode custar muito caro aos democratas.

domingo, fevereiro 17, 2008

Romney mira em 2012?

Michael Reagan, filho do presidente Ronald Reagan, compara a estratégia de Mitt Romney àquela realizada pelo seu próprio Pai em 1976.

Em 1976 Reagan perdeu as prévias para Gerald Ford, Presidente na época. A luta entre os dois foi intensa, mas Reagan foi derrotado. A partir daquele momento mostrou apoio incondicional a Ford e esteve ao seu lado durante todo período eleitoral. Ford perdeu a eleição para Jimmy Carter e Reagan voltou triunfal em 1980. Venceu as primárias, as eleições, e iniciou um período de mudanças e prosperidade.

O discurso de renúncia da candidatura de Romney, que acompanhei no CPAC, é comparado ao de Reagan, na convenção de Republicana de 1976, ou seja, na linha de manter unido, coeso e forte o partido Republicano. Além disso, Romney, criticado pela sua constante mudança de opinião em relação a temas sensíveis, teria, com as primárias deste ano, fortalecido seu nome como um real conservador, preparado para liderar o partido no futuro. Romney teve seu debut no movimento conservador.

Comparar Romney a Reagan chega a ser exagero, mas se ele não se tornar o vice de McCain, como alguns tem especulado, abre-se uma grande oportunidade para que ele volte daqui há 4 anos como o grande nome conservador do partido. É uma opção que não pode ser descartada.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Hillary ainda viva

Passo por aqui neste instante para trazer os números mais recentes para as importantes primárias que estão por vir.

Tudo indica que Hillary ainda leva vantagem no Texas, Ohio e Pennsylvania. Entretanto, ainda existe um problema. Já que os delegados são divididos proporcionalmente, Hillary precisa vencer bem, com autoridade, para descontar a margem que Barack Obama já possui.

TEXAS
Rasmussen: Clinton 54, Obama 38.
InsiderAdvantage: Clinton 48, Obama 41.
TCUL/Hamilton: Clinton 49, Obama 41.

OHIO
Rasmussen: Clinton 51, Obama 37
Quinnipiac: Clinton 55, Obama 34

PENNSYLVANIA
Quinnipiac: Clinton 52, Obama 36.

Hillary Clinton deve vencer nesses importantes estados. Mas além da proporcionalidade, há outro fator de influência. Wisconsin fará sua primária antes desses estados. Obama deve vencer e continuar com seu momento positivo, o que pode influenciar uma onda favorável a seu favor.

WISCONSIN
Research 2000: Obama 47, Clinton 42
Rasmussen: Obama 47, Clinton 43

Hillary ainda está viva, mas necessita cuidar com muita atenção destes três preciosos estados: Texas, Ohio e Pennsylvania. E precisa vencer bem, com folga.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Romney apresenta apoio a McCain

Depois de Rudy Giuliani e Fred Thompson, hoje foi o dia de Mitt Romney. Ele apresentou formalmente apoio ao senador McCain na disputa pela Presidência.

McCain fez uma parada, não programada, em Boston para encontrar o ex-governador e antigo rival interno no Partido Republicano. Romney apresentou apoio formalmente, e afirmou que busca a união do partido. Mais do que nunca os republicanos precisam de coesão, em especial em uma época onde os democratas entram em um brutal confronto.

Os 277 delegados de Romney podem apoiar McCain. Não existe uma regra definida, mas a tendência é clara de a maioria acompanhar a orientação de Romney.

Resta Mike Huckabee. Que ainda acredita em milagres, enquanto os republicanos precisam de união.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A estratégia de Obama

A campanha do senador Obama está confiante e diz que Hillary só conseguirá alcançá-lo se vencer bem as próximas primárias. Ela só teria chance de vencer se tentar fazer valer os resultados do Michigan e Flórida, que não deveriam contar nas primárias, já que estes estados foram punidos por adiantá-las. Mas fazer isso é rachar o Partido Democrata ao meio na Convenção. E uma estratégia arrisacada.

Enquanto isso, vocês verão Obama posicionar-se já como candidato, na tentativa de mostrar ao Partido que sua candidatura está consolidada e ele deve ser inevitavelmente o escolhido. Nos dois últimos grandes discursos ele já fez isso, colocando-se no contraponto de McCain, sem mencionar a senadora Hillary Clinton, deixada em segundo plano.

São movimentos sutis da política mas que mostram as estratégias por trás das campanhas.

Maggie Williams admite erros e reorganiza campanha de Hillary

Ontem, em mais uma noite triunfal de Obama, mais uma baixa ocorria na campanha de Hillary Clinton. Mike Henry, o segundo homem da campanha, renunciou. Sua saída era esperada, uma vez que houve troca de comando, com a saída de Patti Solis Doyle e a entrada de Maggie Williams.

Esta, aliás, já trabalha na reorganização da campanha da Senadora. Ela apontou alguns erros, mas um deles, na minha opinião foi fundamental: Não brigar pelos estados pequenos, o que abriu a possibilidade de Obama ganhar momento. Isto afetou a arrecadação de fundos e desestimulou os voluntários. É preciso fazer mais pedidos aos doadores e voltar a vencer o quanto antes. Apesar de estarem empatados em número de delegados, Obama é aquele que mais lucra, pois é o desafiador que tornou-se favorito.

Hillary começou a atacar Obama em comerciais no Wisconsin, onde será a próxima primária. Todo cuidado é pouco, pois acredito que atacar agora pode parecer desespero. Ela deveria ter partido para um ataque inteligente muito tempo atrás.

Enquanto Hillary precisa voltar a vencer desesperadamente, David Wilhelm, antigo chefe de campanha de Clinton e superdelegado democrata, anunciou apoio a Obama.

O partido move-se claramente na direção do desafiante de Illinois. Maggie Williams tem muito trabalho pela frente.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

McCain vence por todo Potomac

A vitória foi de McCain, mas a notícia da noite é para Huckabee. Ele perdeu a Virgínia e, desta forma, uma grande oportunidade de ainda conseguir algum tipo de impulso para uma campanha que já deveria ter encontrado seu fim há tempos.

Na Virgínia McCain ficou com 50%, deixando Huckabee com 41%. As áreas rurais ficaram com o ex-governador do Arkansas, mas nas áreas urbanas McCain venceu fácil.

Em Maryland McCain venceu novamente, desta vez com 54% e Huckabee ficou nos 30%. Mas em Washington, DC, o Senador pelo Arizona foi absoluto, alcançando 67%, contra 17% de Huckabee.

O discurso de vitória de McCain, em Alexandria, foi sereno e claro. Nada de messiânico, mas extremamente emotivo. Ele tem um apelo emocional ainda não trabalhado pelo direção da campanha.

Agora McCain chegou a 819 delegados, neste momento. Huckabee fica ainda com 240.

A hora de Huckabee jogar a tolha já passou há tempos.

Virgínia, Maryland e DC impulsionam Obama pelo Potomac

Obama prossegue em sua interminável sucessão de vitórias. Neste momento ele se encontra no campo da próxima batalha, Madison, Wisconsin, em mais um discurso avassalador. Fala de esperança, que é possível vencer. Um discurso cheio de emoção que leva seus apoiadores ao delírio.

Esta noite mais uma vez foi dele. Venceu com segurança e folga em todo Potomac. Em Washington, DC chegou a alcançar impressionantes 75%, catapultado pelo voto negro, que corresponde a 60% da população aqui da capital. Em Maryland ele chegou a 62% e na Virgínia, onde Hillary tinha alguma esperança, emplacou 63%, contra apenas 36% da ex-Primeira-Dama.

O furacão Obama derruba os Clinton estado por estado e agora já ultrapassa Hillary em número de delegados: 1.272 para Obama e 1.231 para Hillary.

Ela já está no Texas, em El Paso, em campanha para uma primária que ela não pode correr o risco de perder.

A perigosa aventura de Huckabee

Hoje pela manhã conversei com um dos conselheiros da campanha de Huckabee. O que achei incrível é que realmente eles acham que é possível reverter a situação e vencer McCain até a convenção. Na minha opinião é muito dificil, diria praticamente impossível.

Mas pelo que vi, a estratégia é enfraquecer pouco a pouco McCain, chegando na Convenção com uma diferença possível de ser revertida. Para a concretização deste objetivo, é fundamental uma vitória na Virgínia, onde me encontro neste momento. A campanha de Huckabee ficou animada com a vitória no Kansas e especialmente por chegado muito perto no estado de Washington.

Huckabee pode estar levando parte dos republicanos a uma aventura perigosa, que pode desgastar o partido e a candidatura de McCain, especialmente se Huckabee ganhar mais alguns estados. Ou seja, insuficiente para ganhar a indicação, mas suficiente para tirar momento e entusiasmo dos partidários de McCain.

No momento que McCain recebe apoios de conservadores como o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, o líder evangélico Gary Bauer, do deputado Jeb Hensarling, além dos pesos pesados do partido na Virgínia, como o senador George Allen e o ex-governador Jim Gilmore, a insistência de Huckabee chega a soar infantil, pois pode vir a prejudicar o seu próprio partido.

Um alerta para os Republicanos

Estive com Tom DeLay, antigo líder da maioria Republicana na Câmara de Representantes, e ouvi dele algo interessante, que deve ser levado em consideração nesta campanha.

Ele me alertou para o fato de que apenas sete milhões de republicanos votaram nas primárias da Super Tuesday. Do lado dos democratas, este número chegou a 14 milhões de militantes. Isto nos mostra precisamente o grau de mobilização dos democratas frente aos republicanos nesta eleição.

Lembrei de uma conversa que tive com Ed Gillespie, conselheiro do Presidente Bush, semana passada. Ele me disse que Karl Rove deu uma dica quando ele assumiu como Chairman do RNC: "Registre o maior número de republicanos". A mobilização do partido foi essencial para a vitória de Bush em 2004.

O registro serve de alerta para os coordenadores de campanha do partido.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Hillary troca comando da campanha

Quando tudo dá errado, tudo dá errado mesmo.

"Como não se pode trocar o candidato, troca-se o comando da campanha". A frase nem sempre é verdadeira, apesar de ter escutado hoje. Referia-se a Hillary Clinton.

Depois de ser nocauteada no final de semana pela série de vitórias de Obama, coroadas ainda por um Grammy na noite de domingo, a Senadora resolveu trocar o comando da campanha. Sai Patti Solis Doyle, amiga de Hillary desde a época do Arkansas. Entra Maggie Williams, antiga chefe de gabinete da durante seu período como primeira-dama.

Hillary enfrenta problemas financeiros na campanha. Na medida em que Obama ganha momento e exposição, potencializados por sucessivas vitórias e doações generosas, Hillary perde em todos os campos. Em janeiro ela arrecadou US$ 13,5 milhões e Obama levantou espantosos US$ 35 milhões.

Hillary deve tentar evitar mais um desastre nas prévias do Potomac, amanhã, que englobam Virgínia, Washington DC e Maryland. Ela precisa desesperadamente frear a onda em favor de Obama. O problema será realizar este trabalho em uma região em que o senador naturalmente leva vantagem, especialmente pela concentração do voto negro.

Hoje pela manhã encontrei voluntários de Hillary por vários pontos de Washington e Virgínia, especialmente nas saídas de metrô.

Se ela esperar para frear Obama em Ohio e no Texas, talvez seja tarde demais. Na minha opinião, a onda em favor de Obama está se transformando em algo que pode evitar que os Clinton consigam usar de sua habilidade política no momento decisivo. Hillary, se deseja vencer, precisa agir logo.

A onda Obama

Não adianta, quando tudo dá certo, tudo dá certo mesmo.

Ontem, além do Maine, Obama venceu o prêmio Grammy na categoria de Melhor Audiobook, com "The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream".

Ele derrotou os ex-presidentes Jimmy Carter e Bill Clinton.

Obama vence com facilidade no Maine

E mais uma vitória para Obama. Desta vez foi o estado do Maine. Hillary Clinton não chegou nem perto, mas pelo sistema proporcional de delegados, pelo menos somou mais nove.

Obama venceu fácil e levou 15 delegados.

O resultado ficou assim:
Obama: 59%
Hillary: 40%

domingo, fevereiro 10, 2008

A semana dos Democratas

Como se não fosse o bastante ter vencido em Louisiana, Nebraska e Washington, Obama ainda levou as Ilhas Virgens, com mais de 90% dos votos.

Neste domigo ficaremos atentos aos resultados do Maine, onde Hillary possui vantagem, já que o governador John Balducci a apóia. Ela precisa vencer por lá para frear a forte onda pró-Obama.

Seria importante ela vencer no Maine porque ele voltará a vencer no decorrer da semana, especialmente aqui em Washington, DC, que possui um forte eleitorado negro que garante um resultado favorável. Além daqui haverá primárias nos estados vizinhos, ao redor de DC, Maryland e Virgínia. Neste último Obama conta com apoio do governador Tim Kaine.

Hillary joga suas fichas nas jóias da coroa, ou seja, estados de maior peso na convenção, assim como fez com Nova York e Califórinia na Super Tuesday. Ela está de olho na Pennsylvanya, Ohio e Texas, este último com alta concentração de latinos, um ponto forte para Hillary.

Hoje ficamos de olho no Maine.

sábado, fevereiro 09, 2008

Obama arrasador

Contem comigo: Washington, Lousiana, Nebraska. Três estados em disputa. Três estados a mais com Obama. O sábado mais uma vez foi dele.

Neste momento, Barack Obama discursa para um entusiasmado público aqui em Richmond, Virgínia, que realiza prévias nesta terça. Entrou no palco embalado pela música "City of Blinding Lights", do U2. Seu discurso é forte e empolgante, como sempre.

Este impulso de hoje é importantíssimo para que ele vença Hillary na terça.

Vamos aos números:

Lousiana:
Obama: 53%
Hillary: 39%

Nebraska:
Obama: 68%
Hillary: 32%

Washington:
Obama: 68%
Hillary: 31%

Enquanto termino esta postagem, os partidários de Obama, em coro, repetem: "Yes, we can", enquanto Obama cita Kennedy.

Hillary que se cuide.

E o Kansas vai para Huckabee

Não sei se foi embalado pelos fluidos da CPAC aqui em Washington, mas Mike Huckabee já pode ser considerado o vencedor do caucus republicano do Kansas.

Pelas informações que tenho aqui, ele deve ficar com 59%, contra 23% de McCain. Certamente o ex-governador do Arkansas se favoreceu com a saída de Romney da disputa. Isto prova realmente que ambos estavam dividindo o voto conservador no partido, o que favoreceu McCain.

De um total de 36 delegados, Huckabee deve levar por volta de 24, apesar do popular senador Sam Brownback ter apoiado McCain.

Mas agora é tarde para tirar a indicação de McCain, por mais que os partidários conservadores de Huckabee e Romney tenham esperança.

Huckabee, o candidato-pastor, empolga os conservadores

A semana foi cheia. A CPAC, em ano eleitoral, foi prestigiada. Por lá tive o privilégio de conversar e estar com os principais membros do Partido Republicano. Dentre os mais prestigiados, estiveram o Presidente Bush, o vice Dick Cheney e os antigos e ainda postulantes da indicação republicana: Mitt Romney, Ron Paul e John McCain. Hoje foi o dia de Mike Huckabee. E pelo que vi, os conservadores ainda se empolgam (muito) com ele.

Huckabee tem suas qualidades, apesar de pessoalmente ter resistência ao seu nome e muitas de suas idéias. Ele é um orador de primeira, afinal de contas, foi pastor. Seu conservadorismo empolgou muito o público, assim como quando disse que não desistiria das prévias. Neste momento, foi ovacionado.

Ao final de seu discurso, enfrentou os analistas: "Dizem que a matemática está contra mim, mas não desistirei, eu não me graduei matemática, sou um homem feito por milagres e acredita muito neles!".

Não preciso dizer que a reação do público foi de pleno delírio.

O futuro de Romney

Ouvi no CPAC uma teoria interessante sobre o que planeja Romney para seu futuro. Desejo dividir com vocês. Sinto que os conservadores ainda sentem muito a saída de Romney e que eles ainda demorarão muito tempo para engolir McCain, se é que vão conseguir.

A saída triunfal de Romney, em plena Conferência de Ação Política dos Conservadores, segundo ele, "pelo bem do Partido", abre um leque de oportunidades.

No caso de vitória de McCain e um governo republicano moderado, Romney pode-se qualificar como a consciência conservadora do Partido, pressionando McCain em temas relevantes.

No caso de uma vitória Democrata, Romney pode ser aquele que lideraria um levante conservador daqui há quatro anos, com pleno apoio de toda máquina partidária republicana.

Mas para isso, Romney precisaria mostrar-se realmente um conservador, e deixar de mudar de acordo com os ventos políticos, como vem ocorrendo. Lembrem-se que ele era um governador moderado e liberal antes de vestir o traje conservador clássico nas primárias atuais.

Tudo isso se ele não acabar como o candidato a vice de McCain.

Ah, e Fred Thompson acaba de endossar seu amigo McCain. Seria um sinal?

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

McCain em busca de um vice Conservador

Confesso que dentro do CPAC os conservadores ficaram desolados com a desistência de Romney. Ele personificava os valores tradicionalmente conservadores que são tão valiosos para todos os presentes.

McCain sofre forte resistência de setores do Partido Republicano. Ann Coulter, que apresentou Mitt Romney no CPAC, chegou a dizer que se McCain fosse o escolhido, ela faria campanha para Hillary Clinton. A conferir..

Mas Pat Toomey, do "Club for Growth" fez uma pequena lista de possíveis VP's para McCain. Ele teria 72 anos quando assumisse a Presidência, o que faz com que a escolha do vice seja de vital importância.

Escutei nos corredores do CPAC que Huckabee seria uma opção, em função do bom desempenho no Sul, mas vamos combinar, ele não fez mais do a obrigação quando venceu na sua região. Especula-se que Romney teria desistido para tentar a vice, mas todos sabem que a relação entre ele e McCain não é das melhores.

O fato é que McCain precisa de um vice conservador o suficiente para unificar o partido e evitar que Ann Coulter faça campanha para os Clinton..

Isto exclui Giuliani e Lieberman. De pronto.

Huckabee é uma opção. Mas lembro sempre todos ainda o nome de Fred Thompson. É conservador, possui ar presidencial, é respeitado dentro do partido e além de tudo isso, vejam bem: é amigo pessoal de McCain - e sabemos que o candidato republicano é conhecido pelo pavio curto. Não vi comentários sobre essa possibilidade, mas não acho que seja possível descartá-la. Repassei essa tese para quem desejasse ouvir no CPAC, ontem e hoje. Muitos conservadores concordaram comigo.

Mas vamos a lista de Toomey:

1. Mark Sanford - Governador da Carolina do Sul
2. Jim DeMint - Senador pela Carolina do Sul
3. Mike Pence - Deputado por Indiana
4. Phil Gramm - Ex-Senador pelo Texas
5. Steve Forbes, CEO, Forbes, Inc.

Os números com McCain na disputa

Agora que Romney está oficialmente fora da disputa, avaliamos pesquisas que indicam a corrida entre McCain e os democratas restantes na disputa, Hillary e Obama.

Para mim, se Obama passar por Hillary nas prévias é imbatível. Já repeti isso várias vezes aqui. Com McCain, os republicanos ficaram certamente com o melhor nome para tentar vencer, mas ainda é uma tarefa dura.

A CNN/Opinion Research Corporation mostra Hillary com 50% e McCain com 47%, dentro de uma margem de erro de 3%. Já a pesquisa da Time mostra ambos empatados em 46%.

Mas tudo muda quando o adversário de McCain passa a ser Obama.

A CNN dá vantagem de 8 pontos para o democrata, enquanto a Time fala em 7 pontos. Seria um cenário de 52% - 44% para a CNN e 48% a 41% para a Time. Com Obama, democratas ganham o centro e como McCain deve escolher um vice mais conservador para acalmar o partido, os votos moderados centristas cairão no colo de Obama.

Por isso que sempre disse, especialmente para os republicanos com quem sigo conversando no CPAC, aqui em Washington: Mais importante do que vencer as prévias, os republicanos devem estar atentos ao adversário que sairá do outro lado.

McCain, o escolhido

Com a desistência de Romney, automaticamente McCain se tornou naturalmente o candidato do Partido Republicano. Huckabee não deve conseguir alcançá-lo e Ron Paul não possui chances matemáticas.

Havia no CPAC um receio de que McCain fosse hostilizado pela platéia, já que segundo alguns, o senador não possui credenciais conservadoras suficientes. Neste caso, enquanto Romney foi ovacionado pela platéia, McCain poderia sofrer uma forte vaia.

Mas McCain levou uma tropa de choque de voluntários para o salão principal, abafando qualquer possibilidade de maior hostilidade. Foi uma tática acertada. Aliada a decepção dos partidários de Romney, ainda assimilando sua desistência, os apoiadores de McCain conseguiram abafar algumas vaias contra o Senador.

McCain fez um discurso pacificador. Apesar de não possuir a presença de Romney, é extremamente simpático e cativante. Seu discurso não é poderoso, mas envolvente, talvez pelo seu carisma. Na minha opinião foi certeiro quando disse: "Não serei outra pessoa somente para ganhar o apoio de vocês e depois mudar de opinião. Vocês podem não gostar de todas as minhas idéias, mas vocês sabem exatamente quais são elas". McCain é assim, claro, objetivo e transparente.

Agora a questão central é saber quem será escolhido para concorrer como Vice-Presidente. Já tenho algumas idéis e discordo de algumas especulações que ouvi no CPAC. Mas isto fica para a próxima postagem.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Romney fora: "I hate to lose"

Passei toda quinta-feira na Conferência Conservadora de Ação Política, CPAC, neste ano no Hotel Omni Shoreham, aqui em Washington. Todos esperavam principalmente duas presenças especiais: Mitt Romney e John McCain. Os dois apareceram, mas a surpresa ficou com Romney.

O ex-governador de Massachusetts tem uma presença fenomenal no palco e fala com ótima desenvoltura. Poderia ter futuro com uma melhor coordenação de campanha. McCain renovou seu pessoal e com uma nova estratégia renasceu das cinzas. Faltou estratégia política mais atenta para Romney.

Mas como todos já sabem e havia sugerido aqui, ele surpreendeu com a notícia de sua desistência ao final de seu discurso. Considerado o mais conservador de todos os candidatos, deixou a platéia desolada. Todos seguravam placas, cartazes e os mais diversos tipos de material de campanha. O que estava preparado para ser uma festa, se transformou em um misto de desolação e tristeza. "I hato to lose", disse Romney, decepcionando os conservadores.

Como não havia sinal de celular no salão onde estávamos, ao final de seu discurso houve uma corrida para os corredores.

"Se lutasse por minha campanha até a convenção, poderia atrapalhar o lançamento da campanha nacional, facilitando para que os senadores Clinton ou Obama pudessem vencer", concluiu.

Romney investiu US$ 35 milhões de sua fortuna pessoal na campanha.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Vídeo de Obama

Já escutei alguns comentários por aqui de que a demora na decisão do Partido Democrata em escolher seu candidato pode favorecer Barack Obama.

Eu tenho minhas dúvidas. Acredito que a demora pode ser um fator favorável tanto para um quanto para outro. Na realidade Hillary pode beneficiar-se melhor deste fato do que Obama.

Na medida que uma campanha se arrasta por mais tempo, pode contar mais a experiência de Hillary, que saberá passar por acontecimentos que até o momento são uma novidade para Obama. Mas vale lembrar também que o prolongamento desgasta o favorito, nesta caso Hillary.

Mas Obama tem outros trunfos, muito melhores, que se bem usados poderão levá-lo a indicação. Ele vende sonhos e embala uma grande parcela da América em seu discuro. O timing é perfeito. Vejam este vídeo. Ele dá uma idéia da "onda" a seu favor. É uma montagem excelente de seus discursos que formam uma música que conta com a presença de vários artistas. Prestem atenção nas idéias centrais:

HOPE / CHANGE / YES, WE CAN

http://www.youtube.com/watch?v=jjXyqcx-mYY

Se Obama levar a indicação, sua eleição será um passeio.

O grande perdedor da Super Tuesday

Para os republicanos tudo parece mais claro. John McCain tem a liderança absoluta e somente algo completamente fora do normal pode tirar a indicação de suas mãos.

McCain chegou aos 615 delegados. Romney tem 268 e Huckabee alcançou 166 até o momento. O partido indicará aquele que chegar aos 1.191 delegados. Mas quando avaliamos estes números é preciso verificar a curva de cada candidato. Por exemplo, muitos se perguntam porque a terça-feira foi melhor para Huckabee do que para Romney, já que este levou mais delegados e estados?

O fato é que se esperava muito de Romney. Ele estava dentro de um bom momento, impulsionado por recentes vitórias. A Super Tuesday era sua oportunidade de ganhar delegados e se aproximar de McCain. Romney, apesar de vencer em sete estados, não chegou onde precisava. Ele necessitava de mais. Como disse aqui, ele necessitava da Califórnia, por exemplo. McCain, seu principal oponente levou a Califórnia e Nova York, as duas principais jóias em termos de números de delegados.

Romney, entretanto, além de não se aproximar de McCain, teve que dividir o voto mais conservador com Huckabee e viu o ex-Governador do Arkansas se aproximar perigosamente de seus números. Huckabee ganhou em cinco estados e como nada se esperava mais dele, surgiu com ares de triunfo, mesmo que com números absolutos menores do que Romney.

Por isso se comenta por Washington que Romney foi o grande perdedor da Super Tuesday. Perdendo sua grande oportunidade, pode ter perdido em definitivo a possibilidade de ser indicado.

Sobre West Virgínia e táticas políticas

Esta é uma daquelas histórias interessantes da política.

Ontem, em West Virginia, Romney liderava com 41% e Huckabee aparecia em segundo com 33%. McCain mantinha-se em um distante terceiro lugar com 15%. A vitória de Romney era certa e ele já contava com os delegados de West Virginia em suas projeções.

Foi então que a direção de campanha de McCain resolveu tranferir seus votos para Huckabee, entregando de presente a vitória para o ex-Governador do Arkansas.

Ao final Huckabee venceu com 52%, contra 47% de Romney e apenas 1% para McCain.

Romney ficou furioso, acusando McCain de usar acordos obscuros para vencer. Mas os 18 delegados em disputa na data de ontem entraram na conta de Huckabee.

Hillary Clinton leva a Califórnia

De todos os estados que Hillary desejava vencer, não havia outro mais importante do que a Califórnia. Obama venceu em muitos estados, mas Hillary obteve vitórias importantes, talvez mais significativas e representativas.

Hillary levou seu estado, Nova York. Além disso conseguir também manter Massachusetts, apesar do apoio da maioria dos Kennedy para Obama. As vitórias de Hillary Clinton ainda se espalharam por Arizona, New Jersey, Tennessee, Arkansas e Oklahoma. Perdeu uma disputa acirrada no Missouri e uma garantida em Connecticut. O Novo México ainda não está definido, porém, ela lidera as apurações.

A perda da Califórnia teria sido fatal para Hillary, mas com esta vitória ela pode inverter o jogo e ganhar momento político suficiente para fazer a diferença nas próximas primárias.

Por fim, Obama ganhou um maior número de estados, mas Hillary recuperou o número de delegados. Será uma disputa muito acirrada até a decisão final, ao contrário dos republicanos, que praticamente decidiram a diputa interna nesta noite.

Mas como já disse uma vez, toda vez que a disputa fica parelha, Hillary consegue vencer. Foi assim em New Hampshire, Nevada e agora Califórnia. Os Clinton conhecem melhor a máquina partidária e eleitoral e ao final isto pode fazer a diferença. E tem feito.

O desempenho de Obama

Se existe uma certeza do lado dos democratas é aquela que indica que a disputa ainda estará aberta depois desta noite. Entretanto, depois desta terça, o "momento" alcançado pode ajudar a embalar em definitivo uma das candidaturas.

Obama acaba de fazer um discurso muito emotivo em Chicago. Ele é um grande orador e sabe mexer com a platéia. Suas vitórias estão sendo importantes esta noite: Alaska, Utah, Idaho, Colorado, Minnesota, Connecticut, Kansas, North Dakota, Alabama, Delaware, Georgia, e em seu estado, Illinois.

O grande problema será a possível perda da Califórnia, já que os números indicam que Hillary deve vencer por lá. Seria importantíssimo para Obama vencer neste estado. Numericamente representaria pouco, já que os delegados devem se dividir, mas forneceria um embalo fundamental para sua campanha.

Uma boa notícia no final deste longo dia é a indicação de que depois de uma disputa acirrada, o Missouri deve ficar com o Obama.

Nada está decidido, mas há muito trabalho pela frente.

McCain na liderança republicana

A grande questão da noite aqui em Washington é saber se McCain conseguirá o número de delegados para decidir ainda esta noite quem será o candidato republicano. Ele está muito perto.

Até o momento as vitórias de McCain, que acaba de falar diretamente de Phoenix, estão em Oklahoma, Nova York, Delaware, New Jersey, Connecticut, Illinois, Missouri e seu estado natal, Arizona. Outros ainda estão por vir.

Agora a MSNBC projeta a vitória de McCain na Califórinia. Se este resultado for confirmado, será devastador para a campanha de Romney, que aliado ao bom desempenho de Huckabee no Sul, pode deixar o ex-governador de Massachusetts em um doloroso terceiro lugar após a Super Tuesday.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Romney em busca da Califórnia

Depois de decepcionar em alguns Estados, Romney precisa mais do que nunca dos valiosos votos da Califórnia. Até o momento que escrevo esta postagem, a disputa ainda está aberta, mas com forte vantagem para McCain.

Romney venceu no Minnesota, North Dakota, Colorado, Montana, Massachusetts e Utah, esses dois últimos já esperados. Ele não conseguiu estender sua vitória da Massachusetts para os estados vizinhos, como New Hampshire e Connecticut. Mas apesar de ter vencido no Maine há poucos dias, Romney ainda possui somente 135 delegados até o momento. McCain já chega aos 389.

A força da candidatura de Huckabee nos estados do Sul afetou de forma considerável o potencial que se esperava de Romney nesta região.

Mas Romney precisa de mais. Ele ainda precisa da Califórnia.

Huckabee surpreende

Com apoio dos evangélicos e empurrado pelos estados do Sul, Huckabee apresenta na Super Tuesday uma musculatura eleitoral além do que era esperado.

Até o momento, Huckabee venceu no Arkansas, Georgia, Alabama e West Virginia. Está perto de vencer também no Tennessee, onde ainda pode ser alcançado por McCain.

Desta forma Huckabee credencia-se na disputa e pode influenciar mais diretamente na disputa, apesar de ainda estar longe ou praticamente fora da disputa real pela indicação republicana. Ele deixou de ser o terceiro nome na disputa, deixando, pelo menos por enquanto, disputando com Romney o segundo lugar.

Os ventos do Sul conservador e evangélico impulsionaram Huckabee, votos que serão valiosos na eleição geral em alguns meses. McCain, em seu discurso desta noite, foi especialmente atencioso com Huckabee. O endosso do governador pode ajudar muito McCain dentro do partido.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Super Tuesday em pauta

Enquanto os republicanos mais conservadores alegam que John McCain não é conservador suficiente para ser o candidato do partido e Mitt Romney cruza o país um dia antes da Super Tuesday, do outro lado, Barack Obama segue em ascenção.

Segundo a CNN/Opinion Research Corp. Poll a diferença geral entre Obama e Hillary se inverteu. Se a Senadora de Nova York possuía 44% em novembro e Obama alcançava apenas 25%, pode-se dizer que hoje esta tendência está invertida. Hoje, o senador por Illinois tem 49% contra 46% de Hillary. Dentro da margem de erro, Hillary ainda pode surpreender, mas na realidade quem está surpreendendo é Obama.

Ontem em Los Angeles, Obama recebeu o apoio entusiamado da Primeira-Dama da Califórinia, Maria Shriver, filha de Eunice Kennedy e esposa de Arnold Schwarzenegger. Ela apareceu ao lado de Caroline Kennedy, Oprah Winfrey e Michelle Obama. Uma vitória na Califórnia nesta terça, que ainda é difícil, mas não impossível, pode ser importantíssima para Obama. Sua candidatura não pára de receber apoios de artistas, como Steve Wonder e Robert de Niro. Somados as outras dezenas de outros que já recebeu, espera embalar definitivamente na Califórnia.

Hillary, do outro lado, não pára de viajar freneticamente pelo país, divindo esforços com Bill Clinton. Ela em Massachussetts. Ele no Novo México. Ela em Nova York. Ele na Califórnia. Ela também apresentou apoio de um Kennedy, Robert Kennedy Jr.

Os canais de TV seguem quase em tempo integral com análises e novos números de diferentes Estados. A América respira política nesta terça-feira.

Os republicanos devem confirmar McCain, com o apoio do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger. Se ele não conseguir a indicação amanhã, pelo menos ficará a poucos metros. A dúvida está no Partido Democrata. Nada será decidido amanhã, mas poderá indicar o início do fim para Hillary ou Obama. Ela já está sem voz, enquanto ele segue em ascenção.