sábado, março 22, 2008

"Éste es un hombre que nos va a respetar"

Em meio a tormenta vivida por sua campanha nos últimos dias, Barack Obama mostrou um apoio até então inesperado e, portanto, forte o suficiente para alterar um pouco a posição dos ventos contrários.

Bill Richardson, governador do Novo México e antigo candidato nas primárias até a derrota em New Hampshire, apresentou seu endosso a candidatura de Obama.

Agora os dois fatos que mais interessam. Bill Richardson foi secretário de Energia de Bill Clinton e é o primeiro governador de origem hispânica na história dos Estados Unidos. Sua força perante o voto hispânico pode trazer aos braços de Obama um eleitorado que até este momento lhe era hostil.

As palavras de Richardson no Oregon, onde apresentou seu endosso ao Senador, não poderiam ser mais claras: "Éste es un hombre que nos va a respetar".

Não se enganem. O voto dos hispânicos, que sentem-se traídos pelos republicanos, pode ser decisivo na eleição geral. O futuro da América, sem dúvida alguma, repousa nos ombros daqueles que hoje fazem o papel dos antigos irlandeses e ingleses que um dia aportaram por lá. É principalmente dos braços dos imigrantes hispânicos, legais e ilegais, que máquina economica americana depende para se locomover.

terça-feira, março 18, 2008

Obama tenta tirar campanha de estado de crise

O reverendo Jeremiah Wright Jr, da Trinity United Church of Christ in Chicago, membro do comitê espiritual da campanha de Barack Obama, deixou seu posto na última semana, depois de inflamados discursos que deixaram marcas profundas na corrida democrata.

56% deixariam de apoiar Obama depois de realizar uma associação entre o candidato e o reverendo. Obama diz não concordar com as polêmicas e anti-americanas observações de seu pastor.

Obama é um ótimo orador e depois de negar esta associação várias vezes, hoje resolveu fazer um discurso para deixar clara sua posição. Ele fez suas ponderações direto da Filadélfia, onde está em campanha. Mas como ele não estava em um comício, como na maioria das vezes, fez um discurso direcionado.

Ele tocou finalmente na questão da raça, religião e falou sobre os fundamentos da América, enfatizando o preâmbulo da Constituição: "We the people, in order to form a more perfect union". Fez uma análise interessante sobre o passado e as bases sobre as quais o país foi construído.

Resta saber se ele foi convincente o suficiente para estancar a crise. As opiniões são controversas. Julgue você mesmo depois de assistir o discurso:
http://www.youtube.com/watch?v=pWe7wTVbLUU

quinta-feira, março 13, 2008

Geraldine Ferraro: "Se Obama fosse branco, ele não estaria onde está hoje"

"E, se ele fosse mulher, ele não estaria onde está hoje. O fato é que ele tem muita sorte de ser quem é. E o país deixou-se seduzir por essa idéia".

Estas palavras fortes foram ditas por Geraldine Ferraro, candidata a vice-presidente em 1984, com Walter Mondale, em uma campanha presidencial que não deixou boas lembranças aos democratas: foram derrotados em 49 estados. Venceram apenas em DC e Minnesota por 3.800 votos. É considerada a maior derrota eleitoral da história dos democratas nos Estados Unidos.

Geraldine Ferraro, por certo, apóia Hillary e tão logo seus comentários surgiram, a campanha de Obama rebateu suas críticas.

Obama, de qualquer forma, chegaria longe. Seu potencial como político ultrapassa qualquer barreira racial. Seus discursos e sua capacidade de oratória são raros de encontrar.

Geraldine Ferraro fazia parte do comitê financeiro de Hillary. Já deixou o posto. Mas poderia ter ficado calada. Assim, ajudaria muito mais seu partido. A Senadora, agora, quer distância dela. Com razão.

quarta-feira, março 12, 2008

"Magnolia State" vai para Obama

O Mississippi ou "Magnolia State", conforme previ mais cedo aqui, entregou uma grande e expressiva vitória ao senador Barack Obama.

Muitos dizem que isto se deve a 70% dos democratas registrados no estado serem negros ou por 36% da população do Mississippi ser negra. Mas talvez a vitória de Obama tenha transcendido estes limites raciais.

Obama ganhou em outros grupos sociais, raciais e etários, segundo as pesquisas. Obteve 60% dos votos, contra 38% da senadora Clinton. Ele levará por volta de 18 delegados e ela algo em torno de 12.

No sul, agora ele coleciona vitórias no Mississippi, Carolina do Sul, Georgia, Lousiana e Alabama. A senadora só conseguiu chegar na frente, nesta região, no Tennessee e Arkansas, onde Bill Clinton foi governador. Vale lembrar que o sul sempre foi o porto-seguro do ex-Presidente. O voto negro, sempre dos Clinton, desta vez repousa nos braços de Barack Obama.

O Mississippi, vale lembrar, superou as mais otimistas expectativas. E Obama segue na liderança.

terça-feira, março 11, 2008

McCain leva o Mississippi com 79% dos votos

Por certo estou tratando muito mais da candidatura democrata do que da republicana nos últimos dias.

Este é um dos problemas do senador McCain. A demora na disputa democrata deixa seus candidatos com mais exposição e tempo na mídia do que ele.

Mas faço o registro da vitória de McCain esta noite. Mesmo já tendo assegurado a indicação, ele levou o Mississippi, um estado do sul. Teve 79% dos votos. Mike Huckabee, ex-governador do vizinho Arkansas, que não mais concorre, obteve 12%.

McCain garantiu mais 36 delegados para a convenção republicana.

Dream-Ticket?

Nesta semana Hillary Clinton sugeriu que Barack Obama poderia participar de sua chapa presidencial como candidato a vice.

A resposta de Obama foi irônica, com razão. Ele disse que é a primeira vez que o segundo colocado oferece ao líder a possibilidade de ser o candidato a vice.

Além do mais, Hillary tem enfatizado a falta de experiência de Obama para liderar o país. Se ela cogita o nome do Senador para concorrer a vice, pergunta-se, como um homem não é capaz de ser Presidente, mas capaz de ser vice?

Alguns já sugeriram que esta é uma amostra de desespero da Senadora.

Muitos sonham com este "Dream-Ticket", com uma mulher e um negro, ou vice versa, mas a chapa dos sonhos dos democratas, por enquanto, está longe de emplacar.

segunda-feira, março 10, 2008

Sobre o Mississippi

Hillary Clinton não está fazendo campanha no Mississippi. Ela esteve por lá na semana passada e Bill Clinton marcou presença na última sexta-feira. Agora ela está na Pennsylvania. Mas quem segue no sul, nas cidades de Columbus e Jackson, para garantir uma boa margem e abrir maior vantagem na liderança, é Barack Obama.

A pesquisa divulgada pelo American Research Group mostra Hillary com apenas 34% e Obama com 58%. Obama terá uma vitória arrasadora amanhã.

Ele prefere lutar por uma pequena vitória, em um estado com apenas 33 delegados e sete super-delegados. Ela segue na luta pelos estados grandes e a Pennsylvania é seu foco. Lá estarão em disputa 158 delegados. Aos eleitos somam-se os 29 super-delegados do Estado.

Mas a grande disputa pela Pennsylvania será somente dia 22 de março. Até lá existe o Mississippi, onde veremos mais uma demonstração da musculatura política de Barack Obama.

Depois de lá, sobram apenas mais 10 disputas.

Sete delegados a mais para Obama

Barack Obama pode celebrar a vitória no Wyoming. São sete delegados a mais em seu favor.

Hillary fez forte campanha no estado, para onde se deslocaram também sua filha Chelsea e o ex-presidente Bill Clinton. Sua equipe acreditou que o momento iniciado a partir de terça-feira pudesse criar uma onda a seu favor.

Não ocorreu. Em parte porque Wyoming usa o sistema de caucus ao invés de primárias, o que naturalmente favorece Barack Obama. Ele venceu em 13 estados que elegem seu candidato por meio de caucus e Hillary apenas alcançou êxito em apenas três.

Além disso, Wyoming fica em uma região que favoreceria Barack Obama, ou seja, perto de estados onde o senador já venceu, como Iowa, Utah, Colorado e Washington.

O resultado foi 61% para Obama e 38% para Hillary. Ele leva sete delegados, ela cinco. Porém, mais importante do que isso, ele evitou que Hillary começasse a criar uma onda em seu favor, com sucessivas vitórias.

As atenções se voltam agora para o Mississippi, onde Obama deve vencer por larga margem, especialmente impulsionado pelo voto negro do sul dos Estados Unidos.

sexta-feira, março 07, 2008

A opção do guerreiro pelo "longo prazo"

Ron Paul desistiu hoje de sua candidatura presidencial. Dr. Paul, como seus apoiadores gostam de chamá-lo, anunciou em um vídeo divulgado no You Tube que não mais concorre, mas que incentiva seus apoiadores a levar o máximo possível de delegados para Convenção. Muitos daqueles que acreditam nas idéias propagadas por ele ainda concorrem em vários distritos do país para chegar ao Congresso.

Vencer tem muitos significados. Inciar um processo, incitar a discussão, organizar grupos, levantar questões polêmicas. Dr. Paul fez tudo isso e foi, inclusive, ridicularizado pelos conservadores dentro do GOP. Mas enquanto uns colocavam sua fortuna pessoal em jogo e outros tinham dificuldade de levantar recursos, Dr. Paul bateu recordes diários de levantamento de fundos. Seus apoios vieram de pequenas doações, microempresários, da classe média, ou seja, doações individuais que chegaram aos milhões e milhões.

A campanha não decolou, mas Dr. Paul ocupou seu espaço e deu seu recado: Liberdades individuais, uma economia aberta e livre, defesa da propriedade privada e política externa não-intervencionista. Este é Dr. Paul, um autêntico libertário, em sua mais ampla forma, e talvez por isso os conservadores tenham um problema com ele.

Suas idéias agora serão publicados em um livro: "The Revolution, a Manifesto". Muitas vitórias foram alcançadas. Um movimento em prol da liberdade plena foi lançado e um processo de organização em prol dessas idéias, foi iniciado.

Para aqueles que desejam visitar o vídeo com as palavras do Dr. Ron Paul, podem acessar:
http://www.youtube.com/watch?v=Rk_vVaZxTno

"Eleições são esforços de curto prazo. Revoluções são projetos de longo prazo". Dr. Paul é um guerreiro e por isso tem a minha admiração e respeito. Sempre.

"Happy Feet"

Existem problemas demais para serem resolvidos na América. Por essas e outras pegou mal a dança do Presidente Bush enquanto esperava John McCain.

Barril de petróleo a US$ 105, dólar em baixa no mercado mundial, déficit nas contas do Estado, tropas no Iraque, economia em declínio, empregos desaparecendo, um congresso dominado pelos democratas depois de 12 anos e chances grandes de um adversário político chegar ao Salão Oval em alguns meses. Seriam motivos para um Presidente, líder maior também do Partido Republicano, dançar ou se preocupar? Pelos motivos expostos acima, acredito que a herança de sua administração, até em relação ao GOP, pode não ser das melhores.

A maioria dos conservadores está feliz porque Bush foi um guerreiro na defesa do valores morais. Mas só. Me pergunto: é suficiente? Melhor, é realmente relevante?

E a economia?

A alma da América é a economia, e ela inspira cuidados. Talvez por isso o Presidente tenha mudado a alegre dança por um pronunciamento sério e preocupado. Já não era sem tempo, mas infelizmente com um atraso preocupante.

quinta-feira, março 06, 2008

A Engrenagem da Esperança

É a primeira vez que a revista Rolling Stone apóia algum candidato, em especial em primárias. Barack Obama é capa da revista que chega amanhã nas bancas com o endosso à sua candidatura. A matéria, muito interessante, trata da engrenagem política por trás de Obama "(...)grass-roots field operation of Barack Obama" e como estas práticas poderiam mudar o modo como são pensadas as estratégias de campanhas polítcas nos Estados Unidos.

Para aqueles que desejam ler a matéria completa, aqui está o link: http://www.rollingstone.com/news/coverstory/19106326

A matemática contra Hillary

Muitos estão entusiasmados com a volta por cima de Hillary Clinton. Neste Blog fiz questão de mencionar, com admiração, as brilhantes vitórias desta terça, especialmente no Texas, onde ela conseguiu reverter uma situação de desvantagem.

Entretanto isto não quer dizer que ela tenha grandes chances de vitória. Minha opinião é de que ela conseguiu escapar da derrota final esta semana, mas a indicação ainda está muito longe, talvez fora do seu alcançe.

As próximas primárias serão no Wyoming neste sábado e logo depois no Mississippi, próxima terça. Dia 22 será a vez da batalha na Pennsylvania. Depois Guam, Indiana e Carolina do Norte. West Virgínia em 13 de maio e uma semana depois em Kentucky. Depois seguem os vizinhos Oregon, Montana e South Dakota. A última primária seria em Porto Rico.

Se Hillary vencer todos, teria "momento", mas talvez faltassem números. Se ela vencer em estados que claramente devem fornecer a Obama vitórias certas e robustas, como Mississippi, Indiana, Oregon e Carolina do Norte, e ainda ganhar (por margens razoáveis) os outros citados acima - ainda assim, ela não chegaria em vantagem na convenção democrata em Denver, Colorado.

Ficaria nas mãos dos super-delegados decidir o páreo. Eles poderiam virar o jogo, mas é improvável que ocorra. Inverter o resultado das primárias seria destruir a unidade do partido. Obama, neste caso, além de ter mais delegados, contaria certamente com uma pequena vantagem no voto popular. Inverter e jogar Hillary na cabeça de chapa seria suicídio eleitoral.

É matemática pura e simples, com um pouco de análise política, é claro, mas os números se movem na direção de Obama, em minha opinião, nem um esforço sobrenatural dos Clinton tira a indicação do senador por Illinois. A partir de agora, ele somente precisa administrar sua vantagem.

Obama divulga arrecadação

A campanha de Barack Obama acaba de divulgar a arrecadação oficial de fundos em fevereiro.

Chegou a US$ 55 milhões. Apostei em US$ 60 milhões. Era o que a análise dos fatos dizia. Cheguei perto em meu palpite. O valor mostra a força da sua candidatura.

Hillary divulgou, logo depois, que sua campanha já arrecadou mais US$ 3 milhões desde as vitórias no Texas, Ohio e Rhode Island.

quarta-feira, março 05, 2008

Bush apresenta apoio formal ao candidato McCain

Foi há pouco na Casa Branca. O Presidente George W. Bush apresentou seu apoio formal ao candidato John McCain, que ontem alcançou 1.226 delegados, somando as vitórias de Vermont, Rhode Island, Texas e Ohio.

Resta saber o peso de seu apoio político interno e externo. Apesar de ser impopular nacionalmente, Bush possui forte apoio da ala mais conservadora do Partido Republicano, exatamente aqueles que mais se opõe ao nome de McCain.

Bush e McCain representam alas opostas do mesmo partido e os partidários do atual Presidente possuem muita força atualmente no GOP.

E vocês não imaginam quantos conservadores da ala de Bush já disseram por aí que não votarão em McCain..

Ainda sobre os Democratas

No mapa político americano, a maioria dos estados possui uma tendência natural a votar com o Partido Republicano ou com o Partido Democrata. Por exemplo, Vermont, Califórnia, Massachussetts, entre outros, são de forte tendência Democrata. Já, Texas, Kansas, Arizona, entre outros, acabam quase sempre na conta dos Republicanos.

Outros estados são o que chamamos de "swinging states", ou seja, por vezes acompanham um ou outro partido, muitas vezes decidindo os rumos de uma eleição presidencial. Foi assim na Flórida em 2000 e no estado de Ohio em 2004.

Por isso a vitória de Hillary em Ohio tem um significado especial. Vencer por ali é importante. Ela também venceu na Flórida, mas perdeu em Wisconsin, ambos estados que variam de acordo com os ventos políticos. Falta, do bloco dos indecisos, a Pennsylvania. Se ela vencer por ali, como mostram as pesquisas, ela pode agregar mais um argumento em seu favor, o de que venceu primárias diputadas nos estados que importam, portanto, sendo capaz de entregar aos democratas exatamente aqueles que fazem toda a diferença.

Apesar de ainda acreditar que dificilmente Obama perde a indicação, Hillary continua no páreo e não está ali somente para marcar presença.

O Retorno de Hillary?

Existe uma vitoriosa na noite de ontem: Hillary Clinton. Sua vitória veio da superação, da volta por cima. Depois de estar perdendo no Texas, conseguiu virar o jogo e ganhar por estreita margem, o que eleitoralmente não diz muito, mas psicologicamente faz toda diferença.

Como previ, depois de conversar com algumas pessoas e ver o movimento das pesquisas, Hillary venceu em Rhode Island, Ohio e Texas.

Houve um perdedor na noite: Barack Obama. Sua derrota veio diretamente como resultado das vitórias de Hillary. Ele esperava liquidar a fatura na noite de ontem. Sem o Texas, ela balançaria, sem Ohio cairia. Mas a política opera de forma forma curiosa e na batalha travada nos dois estados, ela levou a melhor.

No dia seguinte volta-se ao jogo. Obama segue na liderança em número de delegados. Ele chegou aos 1.546 e ela aos 1.449. Nada mudou de forma absoluta e numérica, mas Hillary resgatou seu momento e mais importante do que isto, retirou-o das mãos de Obama. Este é o movimento político, que vai além dos números.

Nos movemos agora para Pennsylvania, onde ela também lidera, com 46%, contra 37% de Obama.

terça-feira, março 04, 2008

Hillary leva Ohio

Agora já é oficial. Hillary venceu em Ohio. Agora resta saber por quanto será sua vitória. Quanto mais melhor, quanto mais delegados ela levar, menor será a diferença para Barack Obama.

Além de Ohio, Hillary levou Rhode Island, como previ aqui. Vermont, seguindo a tendência de sempre, ficou com Barack Obama, como registrei hoje mais cedo. Todas as expectativas ficam agora no Texas, onde desde o início da apuração mostra empate pleno entre os dois, com pequena tendência para Hillary, mas tão tímida que não pode ser considerada como real.

Enquanto Hillary faz seu discurso na simpática cidade de Columbus, Ohio, neste momento, o público grita entusiasmado: "Yes, She Can", em clara resposta ao "Yes, We Can" de Obama.

Os resultados finais do Texas podem sair somente pela manhã, lembrando que ainda existem os caucus. Por enquanto Obama vence nas grandes áreas urbanas, como Dallas, Austin e Houston e Hillary em San Antonio, nas grandes áreas rurais, norte e oeste, como El Paso, e na fronteira com o México.

E Huckabee finalmente desiste

"Eu preferia perder estas eleições do que os princípios que me trouxeram até aqui". Huckabee finalmente desistiu de tentar a indicação depois de perder os quatro estados em disputa nesta noite: Texas, Ohio, Vermont e Rhode Island.

As esperanças de Huckabee residiam no Texas. Ele esperava surpreender com os votos do Leste, na fronteira com os estados do Sul, como o seu Arkansas. Não foi possível.

Agora o GOP pode concentrar suas forças naquele que, desde a desistência de Romney, é verdadeiramente o candidato, John McCain.

McCain alcança 1.191 delegados e será o candidato Republicano

McCain discursa neste momento. Finalmente chegou ao número de 1.191 delegados e será o candidato do partido. Ele venceu no Texas, Ohio, Vermont e Rhode Island.

Não faz um discurso emocional, como é de costume, mas tem seu carisma habitual. Toca nos pontos principais, ou seja, saúde, dependência do petróleo, diminuição da carga de impostos, do tamanho do governo e menos regulação.

O mais bonito é enxergar a volta por cima de McCain. Ele mostrou que em política, como dizia Churchill, é possível morrer muitas vezes, e renascer logo depois.

Agora chegará a parte mais difícil. A verdadeira campanha a caminho da Casa Branca.

Para além do Texas: Vermont, Rhode Island e Ohio

A maioria dos 15 delegados de Vermont devem ir mesmo para Barack Obama. Isto garante sua primeira vitória na noite de hoje. As pesquisas mostram uma vantagem entre 14% e 24%. Deve vencer com folga.

Enquanto isso, Rhode Island, e um pouco mais da metade de seus 32 delegados, tendem a ir para Hillary Clinton. Lá ela lidera as pesquisas com uma margem entre 5% e 10%. Números perigosos para gantantir sua vitória, mas que pela tendência deve se concretizar.

Ohio tende para Hillary, que ganhou fôlego na reta final, mas também com uma margem estreita. Apostaria em algo entre 5% e 10%, no melhor cenário para a Senadora. Assm, ela levaria estreita vantagem nos 161 delegados em disputa.

Se ela mantiver a vantagem no Texas, onde 226 delegados estão em disputa, de virada nas pesquisas, como é mostrado hoje, pode recuperar-se na soma geral, somando alguns valiosos pontos que deixariam sua candidatura viva.

A tendência no momento é: Texas, Ohio e Rhode Island para Hillary, mesmo que por margem estreita, e Vermont para Obama. Se isto se concretizar, ela volta a respirar e retira o "momento" político das mãos de Barack Obama. Para ela, melhor impossível, mas não desprezem a capacidade dele virar o jogo ainda nessas horas que restam.

Hillary vira o jogo no Texas?

Quando o jogo parecia definido no Texas, Hillary parece encontrar um último fôlego para tentar ainda se manter na disputa.

As principais pesquisas mostram uma recuperação de Hillary nos últimos minutos. Vejam só:

RCP Average: Hillary (47.4) X Obama (45.7).
Reuters/CSpan/Zogby: Hillary (47.0) X Obama (44.0)
Rasmussen: Hillary (47.0) X Obama (48.0)
InsiderAdvantage: Hillary (49.0) X Obama (44.0)
PPP(D): Hillary (50.0) X Obama (44.0)
SurveyUSA: Hillary (48.0) X Obama (49.0)
WFAA/Belo Tracking: Hillary (46.0) X Obama (45.0)
M-D/Star-Telegram: Hillary (45.0) X Obama (46.0)

A maioria das pesquisas que encerraram ontem mostram Hillary com uma pequena diferença, em especial vantagem na InsiderAdvantage e PPP (D), entre 5% e 6%. Ela precisa cuidar-se para levar uma surra nos caucus do Texas, onde Obama leva vantagem. Este é o único ponto fraco onde ela pode ainda tropeçar.

O que fica provado é um movimento de recuperação de Hillary, em especial no Texas. Mas como disse aqui, além de vencer, ela precisa vencer bem, para descontar a vantagem de delegados pró-Obama que existe atualmente. Isto ainda é difícil.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Os problemas de Hillary

Vamos nos permitir fazer um exercício sobre o que pode ocorrer na campanha democrata.

Tudo indica que Hillary não conseguirá a indicacão. A tendência política corre neste sentido, mas vamos procurar argumentos políticos para sustentar essa idéia.

Ela tende a perder no Texas e Obama segue crescendo em Ohio. O fato é que Obama, pelo sistema proporcional, não precisa vencer nestes estados, ele apenas precisa dividir o voto com Hillary, evitando que ela leve a maioria dos delegados. Um empate, portanto, favorece Obama, pois deixa a corrida na mesma situação atual.

No mesmo dia ocorrem primárias em Vermont e Rhode Island. Pequenos estados, mas que podem fortalecer o nome daquele que vencer no Texas ou Ohio.

Por exemplo: Texas (Obama) + Vermont (Obama) + Rhode Island (Obama) - Ohio (Hillary)= Momento para Obama. Ao contrário: Ohio (Hillary) + Vermont (Hillary) + Rhode Island (Hillary) - Texas (Obama)= Momento para Hillary e uma espécie de renascimento para sua candidatura. O problema é que a equação a favor de Hillary é mais difícil de se concretizar.

Depois dessas primárias, onde Obama deve sair com uma vantagem de cerca de 150 delegados, virá a Penssylvania. E apesar da liderança de Hillary, Obama tem apoio dos sindicatos.

O problema vem depois da Pennsylvania, quando metade dos delegados restantes virão de lugares com clara vantagem para Obama. São dois no Sul e um liberal. Vejam os estados: Carolina do Norte, Mississippi e Oregon. Geograficamente são estados que favorecem Obama, além de ter vencido nos vizinhos (Washington, Lousiana e Carolina do Sul).

Hillary precisa vencer, e bem. De outra forma, está perdida. Precisa recuperar espaço no Texas, vencer em Ohio e ganhar momento e impulso com Vermont e Rhode Island. Somente assim sua campanha terá força para brigar seriamente na Pennsylvania e ainda sobreviver para tentar a indicação.

Não é uma tarefa impossível, mas improvável de acontecer.

Bloomberg fora da disputa

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou ontem que não concorrerá nas eleições presidenciais deste ano. Houve muita especulação sobre isso, há muitos meses. Ele, que durante toda vida foi Democrata, tornou-se Republicano para concorrer e vencer a corrida em NYC e atualmente fora dos dois partidos, concorreria como independente.

Certamente sua avaliação de que um candidato independente tem chances de chegar a Casa Branca está correta. Ele tentaria ocupar este espaço. Entretanto, outro candidato já ocupou este espectro, Barack Obama. Por certo, ambos partidos escolherão nomes alinhados a um esforço bipartidário no Congresso. McCain é o nome que mais representa este movimento entre os Republicanos e Obama, apesar de ter políticas que fogem ao centro, consegue alinhar-se, em discurso, facilmente com o eleitorado centrista. O país está cansado de agendas rígidas, especialmente depois de um governo Bush.

Michael Bloomberg entendeu o panorama, mas demorou para realizar este movimento político. Obama ocupou este espaço.

O Prefeito de Nova York disse que está aberto a apoiar um candidato compromissado com esta via independente bipartidária. Pode naturalmente ser Obama. Aliás, Bloomberg seria um ótimo candidato a Vice de Obama. Mas esta já é outra história.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Hillary divulga arrecadação

Hillary acaba de divulgar o total de sua arrecadação de fundos no mês de fevereiro. Ela chegou aos US$ 35 milhões. Uma boa recuperação frente aos decepcionantes US$ 14 milhões de janeiro.

A espera fica por conta de Barack Obama, que levantou em janeiro US$ 36 milhões. Ele irá muito mais longe do que Hillary, tenham certeza. Pelo que posso prever, de acordo com minha avaliação e as informações que tenho, é possível que ele possa chegar perto de US$ 60 milhões. Se isto ocorrer, será uma ducha de água fria na campanha dos Clinton. As doações para Obama jorram de todos os lados, mas fundamentalmente pequenas doações diárias pela internet. A arrecadação de pequenos apoiadores tem sido muito efetiva e lucrativa.

Obama gastou, até agora, mais do que Hillary no Texas e Ohio. Ele está na faixa dos US$ 7,5 milhões e ela US$ 4,6 mihões. E como se não fosse o bastante, os sindicatos estão pagando anúncios pró-Obama especialmente em Ohio.

McCain pede desculpas por Cunningham

Bill Cunningham, um popular apresentador de um programa de talk-radio conservador nos Estados Unidos, foi chamado esta semana para falar ao público antes de John McCain aparecer em um comício em Cincinnati, Ohio.

Cunningham foi agressivo em suas palavras, inferindo nuances estranhas quando se referia ao nome de Obama. O nome de Barack Obama é Barack Hussein Obama, e partindo daí, Cunningham passou a inferir e fazer suposições que passaram do aceitável.

McCain se desculpou bastante, afinal de contas, a escolha de Cunningham, nem seus comentários, representam a visão do Senador. McCain desautorizou qualquer comentário futuro ou passado deste nível. Agiu corretamente.

Quem ficou furioso foi Cunningham, que acusou McCain de não ser conservador o suficiente e disse que se juntaria a Ann Coulter, em apoio a Hillary Clinton. Lamentável.

É preciso manter um nível respeitoso na campanha. Se para alguns manter a postura de respeito, como deseja McCain, é falta de conservadorismo, certamente para esses falta visão política.

Hillary perde mais um apoio

O deputado John Lewis, de Atlanta, Georgia, anunciou que não apóia mais Hillary Clinton. A partir de agora, ele apoiará Barack Obama. John Lewis é, assim como o senador Chris Dodd, um dos super-delegados que pode decidir a escolha do candidato na Convenção Democrata.

A troca de John Lewis merece destaque porque, além de ser mais um apoio perdido por Hillary, ele é um dos mais fortes nomes relacionados com o movimento em defesa dos direitos civis no sul dos Estados Unidos.

Mas Lewis não é bobo. Ele percebeu a nova direção dos ventos políticos e além disso, o distrito pelo qual é eleito, apesar de seu apoio formal a Hillary, votou em peso em Obama. Ele está buscando garantir também sua reeleição.

Mas vejam sua justificativa. Ele evidenca muito do que tenho visto, de uma onda pró-Obama muito difícil de ser contida pela senadora Hillary Clinton. John Lewis disse: "Existe um movimento, existe um espírito, existe um entusiasmo nos corações e mentes do povo americano, algo que não vejo há muito tempo, desde a candidatura de Robert Kennedy".

Suas palavras merecem reflexão. Existe certamente algo em movimento que muitos ainda não entenderam.

No Texas, o Real Clear Politics confirma a tendência da pesquisa CNN, e Obama vai distanciando. O Senador virou o jogo e segue na liderança (48% X 46%).

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Um debate morno

Para quem esperava uma guerra entre Obama e Hillary no debate de ontem, na MSNBC, ficou decepcionado.

Alguns leves ataques aqui, outros ali, mas nenhum dos dois resolveu se arriscar. Obama posicionou-se como favorito, aparecendo pela primeira vez com um ar realmente presidencial e foi muito bem na área internacional (o ponto forte de Hillary), especialmente quando perguntado sobre o Kosovo. Ela esforcou-se em atacá-lo dentro um parâmetro aceitável. Não foi agressiva e justificou-se quando foi mostrado um vídeo em que ela atacava Obama: "Eu estava me divertindo um pouco", disse ela. Obama engatou, de forma genial e despreocupada, "E vc fez um ótimo trabalho tentando me imitar", puxando risadas de todos, inclusive da senadora.

Ela não conseguiu se impor. Ele manteve-se com postura de vencedor e pela primeira vez ela deu a entender que pode deixar a disputa, abrindo caminho para um discurso de despedida.

O fim para Hillary pode estar próximo. O Real Clear Politics também já mostra Obama na frente no Texas (47% - 46%).

O ponto baixo do debate foi quando ninguém, nem o moderador, acertou o nome do provável próximo Presidente da Rússia, Dmitry Medvedev.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Mais um apoio para Obama

Nesta manhã, o senador Chris Dodd, de Connecticut, anunciou seu apoio para Barack Obama.

Dodd era um dos pré-cadidatos democratas e deixou a disputa no começo do ano, depois do caucus de Iowa. Ele é o primeiro deles a oferecer o apoio a Hillary Clinton ou Barack Obama.

Chris Dodd foi Presidente do Partido Democrata (DNC) entre 1995 e 1997 e possui influência nos votos dos super-delegados.

Mas o que se comenta por aqui é que a disputa nas primárias democratas pode terminar dia quatro de março, dia das disputas no Texas e Ohio.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Obama já lidera no Texas

Por enquanto somente uma pesquisa, a mais recente, mostra o fenômeno, mas a diferença, apesar de estar na margem de erro, é grande. Na realidade o que todas as pesquisas mostram é um movimento ascendente de Obama e decrescente de Hillary. Ele sobe mais rápido do que ela desce, mas as pesquisas aprontam claramente esta tendência.

A pesquisa CNN já aponta 50% para Obama e 46% para Hillary. Os outros institutos, com pesquisas anteriores, evidenciam o mesmo movimento, apesar de mostrar a Senadora ainda em uma tímida e estreita liderança de um ponto.

Se uma vitória por estreita margem no Texas já seria ruim, uma derrota seria um desastre para a campanha de Hillary, que já respira por aparelhos.

O Fator Nader

O programa "Meet the Press" é um dos mais importantes do mundo político americano. Não haveria lugar melhor, portanto, para o anúncio de Ralph Nader: Ele será candidato a Presidente dos Estados Unidos.

Nader é um advogado formado por Harvard, assim como Obama, que se dedicou a causas como meio-ambiente e o combate as grandes corporações.

Nader, de 73 anos, é o pior pesadelo do Partido Democrata. Ele já concorreu cinco vezes e em 2000 chegou aos 3%, com mais de 3 milhões de votos. Al Gore acabou perdendo a Flórida para George W. Bush por 537 votos. Nader recebeu 97.000 votos no estado.

Nader tomou valiosos votos de Al Gore naquela eleição. Se não tivesse lançado sua candidatura, provavelmente George W. Bush não teria sido eleito Presidente.

Logo, Hillary e Obama já atacaram sua decisão de concorrer. Certamente sua presença tira votos dos democratas, mas pode ser mais fatal para Hillary do que para Obama, já que a senadora tenderia a uma eleição mais disputada com John McCain.

Mas Ralph Nader é candidato e isto é um fator nesta eleição. Um fator menor se Obama for o candidato democrata, mas ainda assim um fator.

McCain mais perto da indicação

Por mais que esteja claro que o Partido Republico, ou GOP, que significa Grand Old Party, irá indicar McCain, as primárias continuam ocorrendo e ele continua vencendo.

Neste final de semana foi a vez de Porto Rico, American Samoa e Northern Mariana Islands.

McCain apóia o início de um processo em Porto Rico que deixará a cargo da população escolher se pretende continuar na commonwealth, tornar-se um estado americano ou uma nação independente.

O números deixaram McCain agora com 1.016 delegados. Ele precisa de 1.191.

E Huckabee ainda segue na disputa, com 245 delegados.

"Shame on you, Barack Obama"

Hillary Clinton está furiosa com Barack Obama.

A campanha do Senador distribuiu, em Ohio, para eleitores e enviou para outros tantos pelo correio dois tipos de propagandas eleitorais contendo mentiras sobre as posições políticas da senadora.

Os panfletos elaborados por Obama contra Hillary versam sobre o Nafta e o sistema universal de saúde propostos pela Senadora. Um dos materiais diz que o plano da Senadora obrigaria cada americano a contratar um plano de saúde privado. Uma clara mentira.

Rapidamente Hillary chamou uma coletiva para, de modo furioso, repreender Obama, acusado-o de prática desleal e de mentir aos eleitores: "Shame on you, Barack Obama", declarou a senadora, de modo veemente, para logo depois desafiá-lo: "Me encontre em Ohio e vamos debater sobre táticas e seu comportamento nesta campanha".

Obama disse que nada do que está impresso foge da verdade. Hillary acusa-o de mentiroso e manipulador.

A temperatura esquentou. "There will be blood", sugeriu a CNN, inspirada no nome do filme que garantiu o Oscar de melhor ator para Daniel Day Lewis neste domingo.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Hillary se complica

O debate da CNN no Texas foi interessante. Hillary certamente mostra muito mais preparação que Barack Obama. Mas falta para a Senadora um elemento fundamental que sobra em seu adversário: carisma. Em Obama sobra emoção, enquanto Hillary peca pela razão excessiva.

No momento pró-Obama, ele segue embalado em carisma e emoção. Erram aqueles que acham que podem desconstruir Obama pela razão e argumentos técnicos. Alguns analistas insistem nisso. Já divergi de vários, em diversas reuniões. Repito: é a estratégia errada e a campanha de Hillary está pagando um preço alto por não reconhecer isso. O Partido Republicano deve ficar atento se Obama for o candidato.

Vamos as evidências. Obama encostra em Hillary no Texas. Enquanto Hillary mantem-se nos 48%, Obama avança diariamente, chegando nesta sexta-feira aos 46%. Vale lembrar que o Texas possui um componente latino de peso e mesmo assim Obama cresce. Este voto ainda repousa na candidatura de Hillary, o que evidencia que em outros grupos Obama segue avançando.

Em Ohio, Hillary segue na frente, mas Obama, como sempre, vem descontando. Subiu de 36% para 42%. A distância entre os dois é de nove pontos.

Na Pennsylvania, devemos lembrar do peso que os Teamsters podem trazer para Obama.

Em resumo, Hillary está em apuros. Nas primárias democratas, existe proporcionalidade de delegados, portanto a vitória não expressa tanto o resultado, quanto a diferença entre os candidatos. Obama tem vencido com folga, portanto Hillary precisa vencer Texas, Ohio e Pennsylvania por grande margem.

Tudo indica que isto não irá ocorrer.

New York Times acaba por unificar os Conservadores

A história publicada pelo New York Times tem recebido críticas de todos os lados. John McCain foi atacado violentamente por uma matéria de capa baseada em apenas duas fontes anônimas. O Times já possuia a matéria desde de dezembro, mas esperou o melhor timing para divulgá-la.

Mas a história, que não afetou a popularidade de McCain, acabou de alguma forma servindo de ajuda dentro do Partido Republicano. A ala mais conservadora do partido saiu completamente unida em sua defesa. Artigos nos jornais, entrevistas na TV, programas de rádio. Matt Towery, Rush Limbaugh, Laura Ingram, David Brody, Newt Gingrich e inclusive seu adversário interno, Mike Huckabee. Todos saíram em defesa do Senador, sejam jornalistas ou políticos.

O movimento do New York Times, já endossado pelo outro jornal democrata, o Washington Post, gerou uma mobilização intensa em prol de McCain, que acaba finalmente por unir o partido em torno de seu nome.

Desta vez, o tiro saiu pela culatra.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Teamsters apóiam Obama

Barack Obama pode ter recebido um apoio um decisivo. James Hoffa anunciou o endosso oficial do poderoso sindicato dos Teamsters ao senador por Illinois.

Os democratas, que sempre foram apoiados pelos sindicatos, são beneficados pela capacidade de mobilização e levantamento de fundos destas entidades. Somente os Teamsters doaram aos democratas mais de U$ 2,2 milhões em 2004 e cerca de US$ 24 milhões desde 1989.

O apoio recebido por Obama pode ser decisivo por mobilizar a máquina dos Teamsters a seu favor especialmente em dois estados: Ohio e Pennsylvania, lugares onde Hillary esperava vencer com autoridade para continuar na disputa. Atingindo a campanha da senadora em duas de suas fortes bases, Obama pode ter dado um passo decisivo em direção da vitória interna em seu partido.

Em apenas uma semana Obama recebeu o apoio de quatro sindicatos. Hillary ainda está na frente, com o apoio de 12, na sua maioria da American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO). Apesar de apenas dois sindicatos da AFL-CIO apoiarem Obama, o endosso do poderoso Teamsters, com seus 1,4 milhão de membros (e suas famílias, como Hoffa gosta de lembrar), pode ter quebrado a estratégia da senadora de forma significativa.

McCain sofre ataque do NY Times

E a campanha presidencial já começa a produzir seu material sujo. Isto mostra que estamos chegando em um novo patamar das eleições.

E foi exatamente John McCain o primeiro alvo da guerra suja. Ele foi acusado pelo jornal New York Times, para quem não sabe, um veículo assumidamente democrata, de ser amante de uma lobista. Esta, por sua vez, teria clientes com interesses no comitê de comércio, presidido pelo Senador no Congresso.

A lobista em questão chama-se Vicki Iseman, de 40 anos, e ela teria sido amante de McCain em 2000. O Senador nega, tanto a acusação relativa ao caso extra-conjugal, como qualquer tipo de beneficiamento a qualquer empresa representada por Iseman. Sua esposa, Cindy, manteve-se ao seu lado repudiando a história publicada pelo Times.

A reportagem do Times é estritamente baseada em fontes anônimas e foi divulgada logo depois de McCain vencer mais uma primária, desta vez em Wisconsin.

Mas vejam isto. Bob Bennett, democrata registrado e advogado de Bill Clinton, investigou a fundo John McCain por um ano e meio, e na qualidade de Conselheiro Especial do Comitê de Ética do Senado declarou que McCain é acima de tudo um homem honesto e honrado.

Como disse, começou a guerra suja. É uma pena que iniciem já com a tentativa de atingir a honra pessoal de John McCain. E para quem lembra de acontecimentos passados, o NY Times não é o melhor exemplo de ética jornalistica que conhecemos.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Obama vence no Havaí por larga margem

O que Obama conseguiu no Havaí é exatamente o que Hillary necessita fazer no Texas e Ohio. Vencer com folga. Como previ aqui mais cedo, o Havaí foi para Obama.

O Senador obteve 76% dos votos e Hillary apenas 24%. Foi mais uma vitória arrasadora. A décima seguida.

Assim, Obama aumenta a diferença para Hillary. Agora ele tem 1.354 delegados, contra 1.263 dela.

No voto popular, a diferença entre os dois continua também aumentando, com vantagem para Obama, que virou o jogo mesmo contando os votos que Hillary recebeu na Flórida.

Obama: 10.175.212
Hillary: 9.279.313

E mesmo com a Flórida, Obama também segue na frente:

Obama: 10.751.426
Hillary: 10.150.299

Se Hillary não vencer bem em Ohio e Texas, sua campanha pode estar chegando a um melancólico fim.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Obama vence pela nona vez seguida

Obama venceu com autoridade mais uma vez. Agora foi no Wisconsin. Seu discurso de vitória já foi em Houston, Texas, para onde se encaminham os democratas (e onde Hillary possui mais força).

Ele falou para 20.000 entusiasmados eleitores por 44 minutos. O discurso foi como sempre. Perfeito, com sensibilidade, timing, incisivo quando necessário e já posicionando-se no contraponto com McCain.

Imaginei que Obama venceria em Wisconsin, como deve vencer no Havaí em poucas horas. No primeiro, há grande concentração de estudantes e fronteira com estados que apoiam o Senador, em especial Illinois, sua base eleitoral. Já o Havaí é sua terra natal.

Ele chegará por volta dos 57% e Clinton chegará aos 42%. A Senadora precisará vencer com folga, algo como 60 -40, em Ohio, onde discursou há pouco, para virar o jogo. Sua situação é cada vez mais crítica.

Bola fora de Michelle Obama

Em Milwaukee, Wisconsin, a esposa do senador Barack Obama, em um estilo muito conhecido pelos brasileiros, saiu-se com esta pérola: "Pela primeira vez, em minha vida adulta, eu estou orgulhosa de meu país porque existe a volta da esperança".

Mas aqui essas frases são levadas à sério.

A repercussão negativa foi arrasadora. Michelle Obama, que chegou a vida adulta em 1982, nunca havia sentido orgulho da América. Feriu o sentimento patriótico tentando fazer uma frase de efeito. Tentou consertar depois, durante um discurso em Madison, WI. Mas certas coisas, em especial na política, não tem conserto. Era melhor pedir desculpas e seguir em frente.

A assessoria de Obama deve conversar seriamente com Michelle. Uma capanha séria não pode se dar ao luxo de cometer erros infantis.

Obama começa a sentir o peso dos holofotes sobre seu favoritismo.

Ex-Presidente Bush apresenta seu apoio a McCain

O ex-presidente George H. W. Bush anunciou seu apoio ao senador John McCain.

Nada demais, já que ambos são republicanos, mas dada a resistência sofrida dentro do partido por McCain, é um endosso que chega em ótima hora.

O ex-presidente, que foi também VP de Ronald Reagan, lembrou que muito diziam que Reagan também não era conservador o suficiente. É a mesma ala do partido que hoje adora Reagan e despreza McCain.

Será que agora Mike Huckabee desiste ou ainda espera por uma intervenção divina?

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Gore, o mediador

Os Democratas estão receosos com o resultado da batalha entre Clinton e Obama. O medo é de que os efeitos sejam de tal ordem que acabem por afetar de forma determinante as aspirações do vencedor.

Hillary Clinton já luta para fazer valer os delegados do Michigan e, principalmente da Flórida, que estariam fora da disputa, uma vez que os dois estados andiantaram suas primárias. Obama nem concorreu no Michigan.

No meio deste racha entre os democratas, que pode lhes custar a eleição, Al Gore surgiu como um possível mediador. Ele segue neutro na disputa e hoje é um dos barões do partido. Entretanto, enquanto uns criticam sua proximidade com os Clinton, outros dizem que esta não é mais tão forte, pois as rusgas entre ambos pode inclusive fazer a balança pender para Obama.

Tudo são especulações, mas aquele que poderia ter sido o candidato democrata, agora pode assumir a condição de árbitro em uma disputa, que se não for bem mediada, pode custar muito caro aos democratas.

domingo, fevereiro 17, 2008

Romney mira em 2012?

Michael Reagan, filho do presidente Ronald Reagan, compara a estratégia de Mitt Romney àquela realizada pelo seu próprio Pai em 1976.

Em 1976 Reagan perdeu as prévias para Gerald Ford, Presidente na época. A luta entre os dois foi intensa, mas Reagan foi derrotado. A partir daquele momento mostrou apoio incondicional a Ford e esteve ao seu lado durante todo período eleitoral. Ford perdeu a eleição para Jimmy Carter e Reagan voltou triunfal em 1980. Venceu as primárias, as eleições, e iniciou um período de mudanças e prosperidade.

O discurso de renúncia da candidatura de Romney, que acompanhei no CPAC, é comparado ao de Reagan, na convenção de Republicana de 1976, ou seja, na linha de manter unido, coeso e forte o partido Republicano. Além disso, Romney, criticado pela sua constante mudança de opinião em relação a temas sensíveis, teria, com as primárias deste ano, fortalecido seu nome como um real conservador, preparado para liderar o partido no futuro. Romney teve seu debut no movimento conservador.

Comparar Romney a Reagan chega a ser exagero, mas se ele não se tornar o vice de McCain, como alguns tem especulado, abre-se uma grande oportunidade para que ele volte daqui há 4 anos como o grande nome conservador do partido. É uma opção que não pode ser descartada.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Hillary ainda viva

Passo por aqui neste instante para trazer os números mais recentes para as importantes primárias que estão por vir.

Tudo indica que Hillary ainda leva vantagem no Texas, Ohio e Pennsylvania. Entretanto, ainda existe um problema. Já que os delegados são divididos proporcionalmente, Hillary precisa vencer bem, com autoridade, para descontar a margem que Barack Obama já possui.

TEXAS
Rasmussen: Clinton 54, Obama 38.
InsiderAdvantage: Clinton 48, Obama 41.
TCUL/Hamilton: Clinton 49, Obama 41.

OHIO
Rasmussen: Clinton 51, Obama 37
Quinnipiac: Clinton 55, Obama 34

PENNSYLVANIA
Quinnipiac: Clinton 52, Obama 36.

Hillary Clinton deve vencer nesses importantes estados. Mas além da proporcionalidade, há outro fator de influência. Wisconsin fará sua primária antes desses estados. Obama deve vencer e continuar com seu momento positivo, o que pode influenciar uma onda favorável a seu favor.

WISCONSIN
Research 2000: Obama 47, Clinton 42
Rasmussen: Obama 47, Clinton 43

Hillary ainda está viva, mas necessita cuidar com muita atenção destes três preciosos estados: Texas, Ohio e Pennsylvania. E precisa vencer bem, com folga.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Romney apresenta apoio a McCain

Depois de Rudy Giuliani e Fred Thompson, hoje foi o dia de Mitt Romney. Ele apresentou formalmente apoio ao senador McCain na disputa pela Presidência.

McCain fez uma parada, não programada, em Boston para encontrar o ex-governador e antigo rival interno no Partido Republicano. Romney apresentou apoio formalmente, e afirmou que busca a união do partido. Mais do que nunca os republicanos precisam de coesão, em especial em uma época onde os democratas entram em um brutal confronto.

Os 277 delegados de Romney podem apoiar McCain. Não existe uma regra definida, mas a tendência é clara de a maioria acompanhar a orientação de Romney.

Resta Mike Huckabee. Que ainda acredita em milagres, enquanto os republicanos precisam de união.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A estratégia de Obama

A campanha do senador Obama está confiante e diz que Hillary só conseguirá alcançá-lo se vencer bem as próximas primárias. Ela só teria chance de vencer se tentar fazer valer os resultados do Michigan e Flórida, que não deveriam contar nas primárias, já que estes estados foram punidos por adiantá-las. Mas fazer isso é rachar o Partido Democrata ao meio na Convenção. E uma estratégia arrisacada.

Enquanto isso, vocês verão Obama posicionar-se já como candidato, na tentativa de mostrar ao Partido que sua candidatura está consolidada e ele deve ser inevitavelmente o escolhido. Nos dois últimos grandes discursos ele já fez isso, colocando-se no contraponto de McCain, sem mencionar a senadora Hillary Clinton, deixada em segundo plano.

São movimentos sutis da política mas que mostram as estratégias por trás das campanhas.

Maggie Williams admite erros e reorganiza campanha de Hillary

Ontem, em mais uma noite triunfal de Obama, mais uma baixa ocorria na campanha de Hillary Clinton. Mike Henry, o segundo homem da campanha, renunciou. Sua saída era esperada, uma vez que houve troca de comando, com a saída de Patti Solis Doyle e a entrada de Maggie Williams.

Esta, aliás, já trabalha na reorganização da campanha da Senadora. Ela apontou alguns erros, mas um deles, na minha opinião foi fundamental: Não brigar pelos estados pequenos, o que abriu a possibilidade de Obama ganhar momento. Isto afetou a arrecadação de fundos e desestimulou os voluntários. É preciso fazer mais pedidos aos doadores e voltar a vencer o quanto antes. Apesar de estarem empatados em número de delegados, Obama é aquele que mais lucra, pois é o desafiador que tornou-se favorito.

Hillary começou a atacar Obama em comerciais no Wisconsin, onde será a próxima primária. Todo cuidado é pouco, pois acredito que atacar agora pode parecer desespero. Ela deveria ter partido para um ataque inteligente muito tempo atrás.

Enquanto Hillary precisa voltar a vencer desesperadamente, David Wilhelm, antigo chefe de campanha de Clinton e superdelegado democrata, anunciou apoio a Obama.

O partido move-se claramente na direção do desafiante de Illinois. Maggie Williams tem muito trabalho pela frente.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

McCain vence por todo Potomac

A vitória foi de McCain, mas a notícia da noite é para Huckabee. Ele perdeu a Virgínia e, desta forma, uma grande oportunidade de ainda conseguir algum tipo de impulso para uma campanha que já deveria ter encontrado seu fim há tempos.

Na Virgínia McCain ficou com 50%, deixando Huckabee com 41%. As áreas rurais ficaram com o ex-governador do Arkansas, mas nas áreas urbanas McCain venceu fácil.

Em Maryland McCain venceu novamente, desta vez com 54% e Huckabee ficou nos 30%. Mas em Washington, DC, o Senador pelo Arizona foi absoluto, alcançando 67%, contra 17% de Huckabee.

O discurso de vitória de McCain, em Alexandria, foi sereno e claro. Nada de messiânico, mas extremamente emotivo. Ele tem um apelo emocional ainda não trabalhado pelo direção da campanha.

Agora McCain chegou a 819 delegados, neste momento. Huckabee fica ainda com 240.

A hora de Huckabee jogar a tolha já passou há tempos.

Virgínia, Maryland e DC impulsionam Obama pelo Potomac

Obama prossegue em sua interminável sucessão de vitórias. Neste momento ele se encontra no campo da próxima batalha, Madison, Wisconsin, em mais um discurso avassalador. Fala de esperança, que é possível vencer. Um discurso cheio de emoção que leva seus apoiadores ao delírio.

Esta noite mais uma vez foi dele. Venceu com segurança e folga em todo Potomac. Em Washington, DC chegou a alcançar impressionantes 75%, catapultado pelo voto negro, que corresponde a 60% da população aqui da capital. Em Maryland ele chegou a 62% e na Virgínia, onde Hillary tinha alguma esperança, emplacou 63%, contra apenas 36% da ex-Primeira-Dama.

O furacão Obama derruba os Clinton estado por estado e agora já ultrapassa Hillary em número de delegados: 1.272 para Obama e 1.231 para Hillary.

Ela já está no Texas, em El Paso, em campanha para uma primária que ela não pode correr o risco de perder.

A perigosa aventura de Huckabee

Hoje pela manhã conversei com um dos conselheiros da campanha de Huckabee. O que achei incrível é que realmente eles acham que é possível reverter a situação e vencer McCain até a convenção. Na minha opinião é muito dificil, diria praticamente impossível.

Mas pelo que vi, a estratégia é enfraquecer pouco a pouco McCain, chegando na Convenção com uma diferença possível de ser revertida. Para a concretização deste objetivo, é fundamental uma vitória na Virgínia, onde me encontro neste momento. A campanha de Huckabee ficou animada com a vitória no Kansas e especialmente por chegado muito perto no estado de Washington.

Huckabee pode estar levando parte dos republicanos a uma aventura perigosa, que pode desgastar o partido e a candidatura de McCain, especialmente se Huckabee ganhar mais alguns estados. Ou seja, insuficiente para ganhar a indicação, mas suficiente para tirar momento e entusiasmo dos partidários de McCain.

No momento que McCain recebe apoios de conservadores como o ex-governador da Flórida, Jeb Bush, o líder evangélico Gary Bauer, do deputado Jeb Hensarling, além dos pesos pesados do partido na Virgínia, como o senador George Allen e o ex-governador Jim Gilmore, a insistência de Huckabee chega a soar infantil, pois pode vir a prejudicar o seu próprio partido.

Um alerta para os Republicanos

Estive com Tom DeLay, antigo líder da maioria Republicana na Câmara de Representantes, e ouvi dele algo interessante, que deve ser levado em consideração nesta campanha.

Ele me alertou para o fato de que apenas sete milhões de republicanos votaram nas primárias da Super Tuesday. Do lado dos democratas, este número chegou a 14 milhões de militantes. Isto nos mostra precisamente o grau de mobilização dos democratas frente aos republicanos nesta eleição.

Lembrei de uma conversa que tive com Ed Gillespie, conselheiro do Presidente Bush, semana passada. Ele me disse que Karl Rove deu uma dica quando ele assumiu como Chairman do RNC: "Registre o maior número de republicanos". A mobilização do partido foi essencial para a vitória de Bush em 2004.

O registro serve de alerta para os coordenadores de campanha do partido.