quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Arruda negocia renúncia

Circula pelos meios políticos que José Roberto Arruda considera renunciar ao cargo para ficar livre da prisão.

O STJ, segundo especula-se, enxerga com bons olhos um acordo neste sentido, uma vez que fora do cargo, Arruda teria menores condições de tentar interferir nas investigações.

Arruda tem pouco tempo para barganhar sua liberdade em troca da renúncia, uma vez que a Câmara Distrital avança a passos largos para aprovar seu impedimento.

A renúncia deixa o Governador afastado sem o foro privilegiado, algo que pode preocupá-lo, uma vez que fora do cargo perderia a condição especial de estar preso na sede da Polícia Federal. Se outra prisão fosse decretada, ele estaria sem o amparo do cargo.

De qualquer forma, cada vez mais que o impeachment avança, piores são as condições para Arruda negociar sua liberdade mediante a renúncia. Deve levar em conta também seus direitos políticos, que podem ser cassados juntamente com o impedimento.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Ciro começa a ceder

Ciro Gomes diz que está no jogo e mira na Presidência da República. Lula insiste para que ele volte seus esforços para São Paulo, no intuito de atrapalhar a vida dos tucanos. Sua decisão move peças importantes na disputa pelo Planalto.

Não há dúvida quanto ao seu desejo pessoal, mas o horizonte da sucessão de Lula parece cada vez mais distante de sua realidade. Entre os parceiros que desejam embarcar no projeto Dilma, encontra-se o partido de Ciro, o PSB.

Os problemas não param por aí. PC do B e PDT, dois partidos com os quais Ciro contava em sua chapa, tomaram o rumo mais seguro de uma candidatura patrocinada pelo Planalto. Este cenário deixa Ciro sozinho, em uma batalha com poucas chances reais de vitória.

Para atrair os parceiros que deseja, Ciro precisa decolar nas pesquisas. Até agora, segue em sentido inverso. Os interlocutores de Lula fazem pressão para que ele aceite o desafio da eleição paulista. Neste caso, a ampla aliança que respalda Dilma em nível nacional, pode reproduzir-se quase que em sua totalidade em São Paulo.

Diante dos fatos e do cenário que se desenha, Ciro parece estar cedendo.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

A Renúncia de Paulo Octávio

Paulo Octávio, Vice-Governador em exercício do Distrito Federal, resolveu optar pela renúncia. Na verdade, a razão foi não conseguir lidar com as pressões para manter a governabilidade e sustentar-se politicamente.

Neste ponto residiu o problema de Paulo Octávio. Ele não é um político. Seu êxito e méritos como empresário são conhecidos por toda a cidade, entretanto, quando confrontado com os planos mais sensíveis da política, durante uma crise aguda, não soube movimentar-se com a mesma desenvoltura mostrada na condução de seus negócios.

O plano político possui rotas e saídas próprias e aqueles que se aventuram por seus caminhos sem conhecê-los, acabam derrotados durante sua caminhada. Foi o caso de Paulo Octávio.

Contra ele, juridicamente, era apenas acusado. As denúncias contra ele carecem da contundência daquelas que pesam sobre Arruda, por exemplo. Neste sentido, possuía maior margem de manobra para costurar a governabilidade e evitar a intervenção federal.

A saída de Paulo Octávio de cena fortalece a tese da intervenção, algo que os grupos políticos que habitam o Distrito Federal não desejam. Este era outro trunfo que fugiu ao seu entendimento político e sua habilidade negociadora. Ele tentou, mas o empresário não trabalha na mesma sintonia que a política.

Paulo Octávio sempre sonhou governar Brasília. Governou, por 12 dias. Para estar a frente da administração pública é preciso muito mais do que competência empresarial. Se a vida pública lhe brindar com uma nova chance no futuro, deve manter isto em mente.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Pré-Candidata

Dilma Rousseff foi ungida formalmente a pré-candidata do PT para as eleições presidenciais. Ao seu lado estava Michel Temer, do PMDB, que deseja embarcar no projeto de Lula.

Ela agora está vivendo o que chamamos em política, de um "momentum", ou seja, embalada pelas pesquisas eleitorais e pelas viagens ao lado de Lula para reforçar seu nome, chegou como imaginava para o Congresso do PT, na casa dos 25%.

No caso da ministra, o embalo será maior e seu nome deve se mover para cima nas pesquisas em função do espaço ocupado na mídia pelo Congresso petista e por sua exposição nas revistas semanais. Os jornais ajudam, pois também deram ampla cobertura ao evento de lançamento de sua pré-candidatura. Assim, em várias frentes seu nome se consolida de forma conhecida, sempre acompanhada da presença de Lula, seu fiador na empreitada.

Dilma rompeu os 20%, percentual de transferência automática de Lula, chegando aos 25%. Segue o script e a exposição deste final de semana deve empurrá-la para algo perto dos 30%. Se a oposição deseja frear seu crescimento, precisa criar fatos e ocupar a mídia. Sua falha neste aspecto, rende a Dilma números mais robustos.

Passado o momento, ela precisará mostrar musculatura própria e manter seu índice acima dos 30%, sem ajuda do cargo, do qual deve se afastar compulsoriamente, e ainda sem a exposição de candidata. Será seu momento de prova.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ciro garante Segundo Turno

A pesquisa Ibope consolidou uma idéia já mostrada por outros institutos de pesquisa, ou seja, que a presença de Ciro Gomes na corrida presidencial garante a realização de um segundo turno.

Ciro, que ocupa novamente a TV esta semana, é o elemento que desafia a tese de eleição plebiscitária que deseja Lula. Se seus 11% no Ibope forem sólidos e caracterizarem seu piso, aliados aos 41% de rejeição, ele poderia ser um fator pró-Dilma na campanha eleitoral, pois empurraria o pleito para um segundo turno. De outro lado, o PT tem o receio de Ciro perder a esportiva e atacar Dilma, viabilizando seu nome.

Serra, sem assumir a candidatura ou fazer campanha, permanece no patamar de 36% com Ciro e 41% sem Ciro (o que lhe confere vitória no primeiro turno). Dilma, em plena campanha, rompeu a marca dos 20% (sua intenção de voto pré-decidido) e agora precisa mostrar que tem autonomia de vôo para avançar. Disto dependem os acordos com o PMDB e principalmente os movimentos de Ciro.

Até o momento, mesmo com seus 11%, Ciro é uma peça de fundamental importância na campanha, para o bem ou para o mal do PT. Saberá Lula administrá-lo?

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Crise em Brasília

O governador José Roberto Arruda apostava na manutenção de seu poder em Brasília. Tinha a Câmara Distrital nas mãos, o que impedia o avanço de uma ação via impeachment. Este era o ponto central que lhe dava sustentabilidade.

Entretanto, tudo indica que o governador errou o cálculo quando tentou, até onde é possível saber, interferir nas investigações. Motivou um pedido de prisão, que bem articulado, foi levado a cabo juntamente com um pedido de intervenção federal. Os golpes certeiros, em diferentes frentes, desarticularam o Governador.

Sua base de apoio, na esperança de ainda manter-se viva, agora aceita entregar a cabeça de Arruda e não deve demorar para os processos de impeachment, ora negligenciados, começarem a andar. A pressão também chega do DEM, que não deseja se contaminar ainda mais, e já pede a expulsão do vice de Arruda, Paulo Octávio, que equilibra-se para tentar manter o cargo.

Arruda não deve voltar ao governo, uma vez que além de sua prisão, foi decidido seu afastamento do governo do DF. Resta saber se o grupo que gravitava em volta do Governador, conseguirá salvar-se.

Tudo começa e termina com a habilidade de articulação de Paulo Octávio. De sua capacidade política depende sua sobrevivência, assim como de um grupo e um movimento, frente ao governo. Se faltar apoio dos seus, estes poderão ser os próximos, assim como em um jogo de dominó. As forças políticas que se movem, ao contrário do que muitos pensam, transcendem o DF, são poderosas, estão no poder e alimentam o vendaval pode ainda atingir muitos daqueles que pensam ter passado incólumes pela tormenta.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Ciro abre fogo contra Dilma

Depois de aparecer atrás da pré-candidata de Lula nas pesquisas, Ciro Gomes resolveu abrir fogo contra Dilma Rousseff.

Enquanto ela dizia que Ciro é "um dos políticos mais qualificados do País", o pré-candidato pelo PSB disparou: "Quantas eleições a Dilma já disputou? Lamento, e pouco importa se parece com o que diz Serra ou não. Às vezes, o Serra fala a verdade também".

Ciro foi adiante, como é seu estilo de fazer política. Disse que a circunstância política da candidatura Dilma é o que mais preocupa, pois hoje ela está sendo suportada por uma coalizão cuja hegemonia moral é questionada pelo pré-candidato do PSB.

Com a subida nas pesquisas, Dilma também virará vidraça. É bom sua assessoria estar perto para que ela controle seu temperamento, pois como disse Ciro, lembrando de campanhas passadas: "Colocaram uma casca de banana e eu escorreguei com os dois pés". Pois é.