
Ao atacar Temer, Alckmin abriu uma caixa de pandora. Como lembrou o Presidente, o partido de Alckmin é parte da base do seu governo, que indicou nomes inclusive para ocupar posições importantes dentro do Palácio do Planalto. Os tucanos indicaram ministros, apoiaram medidas e estiveram ao lado do governo em votações cruciais, o que comprova a ligação direta entre Temer e o PSDB.
Para além disso, o Presidente lembrou que a aliança que se formou em torno de Alckmin é a mesma base que apoia o governo, ou seja, o Centrão. Este foi o tiro de misericórdia de Temer, ligando a campanha do tucano invariavelmente ao seu governo. Em outras palavras, Geraldo foi alertado para não cuspir no prato que o alimenta. Para isso, citou os líderes dos partidos que apoiam Alckmin e sua presença nas pastas e políticas de seu governo.
Alckmin vestiu a carapuça e rebateu as declarações de Temer. Disse que o Presidente não possui liderança e legitimidade. Faltou lembrar o papel central que o Presidente teve em alinhar o centrão aos tucanos e entregar o latifúndio de tempo de televisão que dispõe o tucano.
Não há como deixar de considerar a hipótese também de esta ser uma discussão falsa, promovida para afastar a figura de Alckmin da impopularidade de Temer, mas custo a acreditar que a política brasileira tenha atingido este grau de refinamento e profissionalismo. Tudo leva a crer que o problema é real.
As apostas já estão sendo feitas. Há dúvidas se Alckmin sai menor ou maior do episódio, pois apesar de se distanciar de Temer, ser repreendido publicamente pelo Presidente da República em meio a uma corrida presidencial não deixa de ser constrangedor e embaraçoso para quem deseja chegar ao Planalto.
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