sábado, novembro 17, 2007

Tusk assume na Polônia

(De Viena, Áustria). Na última semana Donald Tusk assumiu de fato as rédeas do governo na Polônia.

O partido de Tusk venceu as eleições contra o Lei e Justiça (PiS), partido dos irmãos Kaczynski, que governaram a Polônia por cerca de três anos. O PO de Tusk elegeu 209 deputados de uma assembléia de 460 e para formar maioria absoluta entrou em acordo com o partido campesino (PSL) que fornece os valiosos 31 deputados necessários para a maioria.

Apesar de Jaroslaw Kaczynski ter deixado o poder, seu irmão segue como Presidente do país e aí está o ponto de atrito que pode trazer problemas.

Os irmãos Kaczynski, em especial Jaroslaw, conduziam a economia da Polônia com sucesso, dentro de altas taxas de crescimento. Entretanto, o problema residia em especial na agenda moral do PiS, que levou a Polônia a certos embates, inclusive internacionais. Os Kaczynski levaram a Polônia a uma espécie de cruzada moral em defesa de valores tradicionais e católicos, uma agenda que continha inclusive ataques, mesmo que verbais, contra homossexuais. Isto irritou os partidos mais liberais, como o Plataforma Cívica, que chega ao poder agora.

Apesar de gostar em certa medida das políticas de cunho econômico do PiS, realmente sua cruzada moral foi além do aceitável. Acredito que as pessoas tenham plena liberdade, limitadas pelas liberdades alheias. O PiS pareceu não entender isso.

A Polônia toma um novo rumo com o Plataforma Cívica. Apesar de divergir de algumas de sua políticas internacionais, acredito que podem acabar com a rebeldia dos Kaczynski, especialmente em relação a Europa. Quanto a aproximação com os Estados Unidos, acredito que o pragmatismo de Tusk pode ser mais forte, abrindo flancos de negociação quanto aos pontos chave, como a implantação do escudo de mísseis na Polônia.

No fundo acredito que é uma boa mudança. Estarei em Varsóvia nos próximos dias para acompanhar os primeiros passos da nova política de Tusk e do Plataforma Cívica. Por enquanto, cabe aos gêmeos Kaczynski, especial ao irmão Lech, que segue na Presidência, um pouco mais de moderação e equilíbrio e respeito pelas liberdades individuais.

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