
O gabinete de Tusk difere muito do shadow cabinet que mantinha como líder da oposição. Isto claramente representa o jogo de forças parlamentares que ele representa, mas aqui em Varsóvia se fala muito da força com a qual seu partido, o Plataforma Cívica, apresentou nas eleições, alcançando a maioria da Sejm, câmara baixa do parlamento polonês. Nas últimas eleições, em 2005, o PO havia atraído 2,5 milhões de eleitores. Nesta eleição, além de seus votantes, contou com a atração de mais de 1,5 milhão de novos eleitores, em especial, curiosamente, 500 mil vindos do PiS dos irmãos Kaczyński. Vale lembrar que a eleição teve caráter plebiscitário para o PiS, que jogou suas fichas em uma estratégia equivocada e arriscada.

Os ministérios das Finanças, Justiça, Educação e Desenvolvimento Regional ficaram com nomes sem ligação com partidos políticos. A tarefa mais difícil, na minha opinião, está nas mãos de Zbigniew Cwiakalki, que substitui Zbigniew Ziobro, foco de discórdia no país, uma vez que tendia a uma postura agressiva, quase intimidatória dos Kaczyńskis. Cwiakalki, um respeitado professor de Direito, deve corrigir isso.
O ministro do Interior, estratégico em todos os países europeus, não poderia ficar longe da influência direta de Tusk. Grzegorz Schtyna, que já foi secretário-geral do PO e amigo pessoal de Tusk assumiu a pasta.

Percebe-se que Tusk blindou um núcleo central, fundamental na estrutura política, ligando a espinha dorsal do governo ao PO. Deixou uma área gerencial a cargo dos técnicos e deu sinais claros do que pretende fazer em política exterior.
Esta foi a impressão que tive aqui em Varsóvia sobre o que será o novo governo. Hoje a Polônia tem uma direita liberal e moderna. Acredito muito em Tusk e sou um entusiasta das mudanças saudáveis que seu governo pode trazer para a Polônia, para mim, o mais admirável país do antigo Leste Europeu aterrorizado pelo comunismo.
Vamos conferir, analisar e acompanhar as mudanças.
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