quarta-feira, novembro 14, 2007

SPD precisa se entender na Alemanha

De Viena, Áustria. Pobre do SPD alemão. O partido de esquerda anda destroçado (assim como suas políticas) desde que deixou o comando do país. As perspectivas são cada vez piores, assim como as intenções de voto que recebe nas pesquisas. O partido não soube renovar-se e tampouco fazer diferença positiva na grande coalizão que governa a Alemanha.

Do outro lado, na coalização democrata-liberal-conservadora-cristã, liderada pela CDU e seu habitual parceiro sediado em Munique, o CSU, os ventos parecem ser cada vez mais favoráveis especialmente pela popular administração de Angela Merkel frente ao pais. O CSU enfrenta problemas na Bavária, com Edmund Stoiber, o que já não é novidade, mas a fortaleza que o partido possui na região certamente garante sua sobrevivência tranquila nas esferas de poder. Portanto, com uma administração elogiada, uma presença internacional admirável e uma política interna de sucessos, Merkel tem tudo para conseguir facilmente a reeleição.

Este é o ponto de fricção na Alemanha, as próximas eleições. Com um SPD enfraquecido e um governo (de coalizão com os social democratas) popular pelas mãos de Merkel, tudo leva a crer que a grande aliança que dirige a Alemanha pode romper e CDU/CSU passarem a governar sozinhos a partir de 2009.

O debate está posto porque o Vice-Chanceler social democrata de Merkel, Franz Müntefering, acaba de deixar o governo (para cuidar de sua esposa com um grave problema de saúde) e isto abriu uma guerra de acomodações no SPD. A ala mais a esquerda, representada por Andrea Nahles, deseja controlar mais o governo de Merkel. Entretanto, o novo Vice-Chanceler do SPD, Frank-Walter Steinmeier não pensa da mesma forma, já que seu nome desponta talvez como a única possibilidade (mesmo que remota) de pelo menos manter a coalizão e um naco do poder federal alemão.

Vale a pena acompanhar o desenrolar dos acontecimentos. Merkel é extremamente hábil e entende os prós e contras em ter o SPD como aliado. Entretanto, se o SPD começar a jogar pesado, seu jogo poderá levá-lo para longe de Berlim e das decisões do governo federal.

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