sexta-feira, novembro 05, 2010

Surra Eleitoral

Na política, cedo ou tarde se conhece o outro lado da moeda. Para Barack Obama este dia chegou logo, em suas primeiras eleições em meio de mandato, as midterms elections, que renovam parte do Congresso dois anos após a posse do Presidente.

Bill Clinton enfrentou uma situação semelhante em 1994, entretanto, como possui maior habilidade política que Obama, não podemos prever que o atual Presidente consiga dar a volta por cima com a mesma facilidade. Além do mais, o ambiente político na década de 90 era outro e a eleição de Obama levou a polarização exacerbada, que pode gerar um efeito inverso devastador nas próximas eleições para o Partido Democrata.

Os Democratas sentiram o golpe. Sua bancada despencou na Câmara e a folgada maioria no Senado virou pó. A Câmara passará a ser conduzida pelos Republicanos e sua agenda própria, o que trava a administração Obama em seus pontos centrais. Lembrei aqui que o Presidente deveria buscar suas reformas nos primeiros dois anos de mandato, pois a tendência era que perdesse a maioria nas midterms, entretanto, naquela época não esperava que a surra promovida pelo eleitorado americano em Obama fosse tão desconcertante.

Quem conhece política americana sabe que agora o trabalho de Obama é ainda mais difícil. Sem um Congresso favorável, suas políticas não avançam, precisará ceder em muitas questões para avançar em outras e pode ver ainda as conquistas políticas dos primeiros dois anos de mandato serem desfeitas pelos novos congressistas.

O massacre eleitoral, entretanto, não se limitou ao Congresso. Os Republicanos tomaram governos estaduais e elegeram lideranças calcadas no Tea Party, já sendo preparadas para a grande eleição presidencial que se avizinha em dois anos.

Obama precisará de muita habilidade política, até porque as poucas vitórias dos Democratas vieram impulsionadas pela ala de Bill Clinton. Obama inclusive foi orientado a não participar de muitas campanhas, já que sua imagem poderia prejudicar os candidatos de seu partido.

Com seu time de assessores, conselheiros e secretários se desfazendo pouco a pouco, com o partido alvejado pelas derrotas eleitorais e a falta de estratégia de comunicação eficiente, especula-se até que ele não seria o melhor candidato para conduzir os Democratas em dois anos. No momento, Obama é o adversários dos sonhos de todos Republicanos.

3 comentários:

Mário Machado disse...

Grande Márcio,

Queria muito ter visto a cara da Speaker (soon to be ex) Pelosi quando ela viu consolidada sua demissão.

Gostei muito do discurso do Rubio se tudo correr bem ele pode ser uma grande estrela do GOP.

Abs,

Glamour à Mesa disse...

Change is HARD!

Glamour à Mesa disse...

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