terça-feira, novembro 16, 2010

A Fusão

Para quem achava pouco a idéia de incorporação do DEM pelo PMDB, ainda não havia pensado que o PPS pode fundir-se com o PSDB. Este é mais um resultado das eleições deste ano.

A idéia, em princípio, é o primeiro passo para o projeto de Aécio Neves refundar o PSDB. A chegada do PPS seria a oportunidade ideal de rever alguns pontos e partir para a fundação de uma nova oposição, certamente com a cara de Aécio, que assim busca credenciar-se para a sucessão presidencial em 2014.

Os tucanos saíram das urnas com 52 deputados e 11 senadores e o PPS com apenas 12 deputados e um senador. Roberto Freire não esconde que as conversas existem e que a possibilidade de fusão é real. Esta nova oposição, dotada de princípios claros, defenderia o legado de FHC, algo esquecido no ninho tucano nas três eleições presidenciais perdidas, duas por Serra e uma por Alckmin.

O curioso é que fala-se na criação de uma terceira legenda, resultado da fusão dos dois partidos. Isto, vale lembrar, desobriga os parlamentares dos partidos de origem, PSDB e PPS, a migrar para a nova agremiação. Pela legislação, os parlamentares ficam livres para escolher qualquer partido, sem o risco de perder seus mandatos. Seriam alvos óbvios de cooptação por legendas governistas, em especial o PMDB, que busca aumentar seu poder de fogo no Parlamento.

É preciso avaliar com muito cuidado estes movimentos, pois se partirem para a fusão, é possível que os partidos fiquem menores, exatamente o oposto de sua estratégia.

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