terça-feira, novembro 02, 2010

A Vitória de Dilma

A vitória de Dilma tem muitos significados, mas talvez diferentes daqueles imaginados por todos. Ela venceu carregada pelo Nordeste, mas na verdade quem ajudou realmente Dilma a vencer foi o Sudeste. Ali José Serra nem chegou perto de abrir a vantagem que imaginava.

Dilma venceu no estado crucial para esta eleição, Minas Gerais. Venceu com folga. Serra apenas teve mais votos no sul do estado, na divisa com São Paulo. Nas fronteiras expressivas com Rio e Bahia, a candidata do PT teve muitos a frente do tucano.

Em São Paulo, ao contrário do que imaginavam os tucanos, Serra abriu pouca diferença. Sem o impulso de seu estado, seria impossível vencer. Muitos daqueles que votaram em Anastasia em Minas, votaram em Dilma no segundo turno. Em São Paulo ocorreu o mesmo. Muitos que votaram em Alckmin no primeiro turno, fizeram a opção nacional por Dilma.

No Rio de Janeiro o massacre do PSDB se consumou. Em um estado liderado por um ex-tucano, Sérgio Cabral, que tem apoio de praticamente todos os prefeitos fluminenses, Dilma levou uma vantagem descomunal.

Os aliados ainda fizeram diferença em três importantes estados, Bahia, Pernambuco e Ceará, que forneceram uma vantagem descomunal para a petista. Isto cacifa Jacques Wagner, Eduardo Campos e Cid Gomes. Terão um peso político muito mais denso do que se poderia projetar.

Dilma perdeu no Sul, mas no Rio Grande do Sul, por exemplo, teve força para praticamente empatar com José Serra.

Esta geografia do voto, em lugares importantes, explica a vitória de Dilma. Entretanto, enganam-se aqueles que acreditam tão somente no peso político para a formação do governo. Dilma, com seu perfil, tende a surpreender na montagem na equipe.

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