sexta-feira, setembro 25, 2009

Meirelles vem aí

Não é supresa que Henrique Meirelles almeja mesmo a Presidência da República. Este é o seu projeto desde que voltou ao Brasil. Entretanto, ele sabe que não será desta vez.

Quando retornou ao Brasil, em 2002, ingressou no PSDB e foi candidato a Deputado Federal por Goiás. Foi eleito. Convidado por Lula a assumir o Banco Central, renunciou a sua vaga no Congresso Nacional e deixou o PSDB. Como na questão monetária foi o PT que tornou-se tucano e não o inverso, Meirelles não abandonou suas convicções, e tocou o Banco Central no mesmo ritmo de austeridade dos governos FHC.

Assim, Meirelles abriu um interessante canal direto com a cúpula do PT e com Lula, sem deixar de lado sua boa relação com os líderes do DEM e seus antigos companheiros tucanos. Isso tudo aliado a sua competência técnica, torna Meirelles um importante coringa no jogo político.

Como era de se esperar, com o fim do governo Lula, Meirelles pensa em seu futuro político. O problema é que Goiás, seu território político natal é de uma complexidade política peculiar. Ele vinha conversando com o PP, do governador Alcides Rodrigues, sob os auspícios do DEM, liderado por Ronaldo Caiado. Quando tudo parecia alinhavado, Lula resolveu intervir e colocou o PMDB no tabuleiro pelo passe de Meirelles. Depois de uma conversa com Temer, o aval de Iris Rezende e um empurrão de Lula, concretizou-se a ida do Presidente do Banco Central para o bom e velho PMDB.

Como disse, Meirelles aspira a Presidência. Dizem que existe a possibilidade de composição de seu nome como vice de Dilma. Seria um enorme erro político. Se ele almeja postos mais altos, talvez seja o momento de pavimentar seu caminho. O PMDB pode ser esse caminho, mas também pode ser um obstáculo. O PMDB é o partido certo para alguém que equilibra-se entre situação e oposição, contudo, eivado de caciques pode se tornar também um obstáculo para chegar ao Planalto.

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