
José Serra seguiu a orientação de González, que coordena o marketing da campanha. Preferiu evitar o embate e seguiu na estratégia de mostrar e consolidar sua figura na cabeça do eleitor no longo prazo. As urnas dirão se estava correto.
Marina teve sua grande oportunidade de transformar o movimento ascendente em seu favor em uma verdadeira onda que virasse o segundo lugar e levasse a eleição para um segundo turno. Perdeu esta oportunidade.
Assim, o debate foi fraco e devagar. Dilma aproveitou a folga dada pelos adversários para consolidar sua imagem de sucessora de Lula e nem seu principal deslize foi explorado, quando disse que "todas as doações oficiais estão registradas". Caberia a pergunta que ficou no imaginário de todos, sobre possíveis doações "não oficiais", ou seja estariam estas registradas? A oposição preferiu se fazer de surda e muda continuou.
Dizem que não houve "bala de prata" que salvasse a oposição. Discordo. Se a situação fez muito para perder, a oposição fez menos ainda para ganhar. O arsenal de balas de prata desperdiçados nesta campanha chega a impressionar.
Considerando a postura dos candidatos e a reação morna da oposição, inclusive sem o impulso esperado de Marina, o pleito corre sem alterações. Existe chance de um segundo turno, mas o debate da Globo diminuiu muito esta possibilidade. Na ausência de adversários, Dilma foi a grande beneficiada. O vencedor, se houve, foi William Bonner.