quinta-feira, setembro 23, 2010

A Onda

As eleições casadas, como as que temos este ano, acabam gerando o que chamamos na política de "efeito cascata", ou seja, o embalo que leva a candidatura mais forte a puxar votos para seus aliados.

É sem dúvida o caso de Dilma. Vemos que sua subida nas pesquisas gera um efeito cascata para os candidatos aos governos de estado apoiados pelo PT e também para o Senado. A escalada de Dilma foi benéfica de norte a sul para os candidatos petistas, como Tarso Genro no Rio Grande do Sul e Aloízio Mercadante em São Paulo, até outros como Roseana Sarney no Maranhão, filiada ao PMDB e Osmar Dias no Paraná, filiado ao PDT.

A onda segue para as candidaturas ao Senado, onde Lindberg Farias, do PT, apoiado pelo ex-tucano, atual Governador pelo PMDB, Sérgio Cabral, assume a ponta no Rio de Janeiro.

Este fenômeno desagua nas candidaturas proporcionais, para deputados federais e estudais. Tucanos e democratas vêem a possibilidade real de um brutal redução em sua bancada, perdendo um considerável número de parlamentares.

Isto ocorre, entre outras coisas, pelo fato de prefeitos e parlamentares locais desejarem estar ao lado do vencedor, para assim serem beneficiados com repasses mais robustos, tanto do governo federal, quanto dos governos estaduais. Apoiar aquele que vai vencer, rende dividendos futuros.

A melhor forma de reverter este quadro é uma reação de Serra, que seria já tardia para as eleições proporcionais, mas que poderia influenciar ainda as disputas pelo Senado e pelos governos estaduais.

De outro modo, a onda Dilma pode virar um tsunami petista e em caso de segundo turno, com Senadores e muitos Governadores, identificados com a candidatura oficial, eleitos já no primeiro turno, será muito difícil reverter a eleição presidencial em uma segunda etapa.

Nenhum comentário: