terça-feira, junho 15, 2010

Eleições na Bélgica

Eleições na Bélgica não tem sido um tema fácil. O país que viveu "sem governo" durante algum tempo em 2007, pouco a pouco encontra seu caminho, por mais polêmico e controverso que seja.

Os pleitos sempre colocam em contraposição duas regiões, Flandres e Valônia. A primeira, de maior influência holandesa, possui 60% da população do país, além de ser mais próspera. A outra metade, de influência francesa, se beneficia dos impostos pagos no norte para sustentar seu estado de bem estar social. Aí reside grande parte do problema.

Soma-se a questão o fato de que Valões tem migrado em demasia para a região de Bruxelas, tradicionalmente ocupados por Flamengos. A questão linguística entre ambos está no ponto central da dissolução do governo dos liberais flamengos de Yves Laterme.

A insatisfação dos seis milhões de flamengos com toda esta situação os levou a entregar a maioria parlamentar a Nova Aliança Flamenga (N-VA), que deseja, aos poucos, caminhar para a cisão do país entre Flandres e Valônia. Bart de Wever é nome que deve liderar este processo.

Agora o Rei Albert II convocou o republicano De Wever, vencedor em Flandres, e o socialista Elio Di Rupo, vencedor na Valônia. De Wever tem clara maioria sobre os socialistas, mas é preciso negociação ainda para formar um gabinete. O N-VA deseja um processo gradual e buscará apoio político para isso. Tem forte apoio dos habitantes de Flandres.

De Wever inciará o processo de modo cauteloso, mas objetivo. Começará a negociar o corte de benefícios sociais dos Valões, angariando mais popularidade entre os Flamengos. Assim começaria o processo de cisão de um belo país que tem mostrado claramente que possui duas nações.

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