sexta-feira, junho 04, 2010

Números de Budapeste

Recém chegado ao governo da Hungria, o FIDESZ encontrou uma situação que se repete por alguns países europeus há algum tempo. O governo anterior, os socialistas do MSZP, mascararam os dados do país, informando a Bruxelas uma situação irreal das contas públicas. Hoje, apesar de não ser um caso alarmante, descobriu-se que o problema é maior do que se imaginava.

Os pecados cometidos pelo MSZP foram vários e pouco a pouco descobre-se tudo aquilo que até o momento era escondido pelo governo socialista, como desvios de recursos públicos, gastos mascarados nas companhias estatais e fraude no sistema de aposentadorias. Tudo isso mostra que a situação da Hungria, que já inspirava cuidados, é mais delicada do que se imaginava. Budapeste irá, provavelmente, tentar acalmar os mercados nos próximos dias, mas sabe-se que o governo atual herda uma situação nada confortável.

Bruxelas segue os dados com atenção, assim como o FMI, que emprestou recursos para o país e mantém suas prestações de contas em avaliação. A situação, felizmente não é tão grave como na Grécia (não há risco de quebra), mas o probelma de contágio só não é maior porque a Hungria ainda não faz parte da zona do Euro. De qualquer forma a moeda européia também segue afetada pelas notícias vindas de Budapeste.

Viktor Orbán, o novo Primeiro-Ministro, terá um trabalho árduo pela frente. Precisa colocar as políticas de austeridade do FIDESZ em curso e lidar uma situação ainda mais difícil do que era imaginado. É preciso que a União Européia, de forma urgente, implemente mecanismos de penas duras para os países que mascaram suas contas públicas. A falta de ética e responsabilidade de alguns governos podem fazer naufragar um grande projeto de união monetária já em curso.

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