sexta-feira, setembro 24, 2010

Risco para Dilma

A queda de Dilma na pesquisa Datafolha ainda precisa ser confirmada por outros institutos, como o Ibope, que deve divulgar seus números ainda hoje, entretanto, fez soar um alarme no front do PT.

A diferença caiu de 12 para 7 pontos de vantagem. É certo que Dilma ainda ganharia no primeiro turno, mas existem muitas variáveis que precisam ser consideradas quando se especula a possibilidade de um segundo turno. Para evitar uma segunda votação, Dilma precisa estar com uma vantagem confortável nas pesquisas. Explico.

Apesar de 58% dos eleitores de Dilma identificarem seu número com seu nome, existe um problema adicional, o acerto do voto na urna eletrônica. Esta é uma variável que precisa ser considerada e que certamente está na mente da coordenação de campanha.

Os eleitores de Serra e, principalmente Marina, são mais escolarizados e de renda mais alta, menos propensos a errar o voto na urna eletrônica. Em uma eleição em que é preciso digitar por último os números do candidato a Presidente, algum problema pode surgir e votos podem ser perdidos. Apenas vota-se para Presidente depois digitar os números para Deputado Estadual/Distrital, Deputado Federal, dois Senadores e Governador. É uma tarefa que pode parecer fácil, mas tende a ser difícil para muitos eleitores.

Assim, Dilma precisa chegar ao dia da eleição com uma boa margem de segurança. Por isso sua descida nas pesquisas preocupa. Por mais que não afete sua liderança, a perda de votos nas camadas mais escolarizadas (migrando para Marina) pode tirar votos importantes da candidata petista - votos que certamente não seriam perdidos na urna eletrônica.

Ainda é preciso considerar a questão da abstenção, que na eleição de 2006 foi amplamente favorável a Alckmin no primeiro turno. Ela é maior no Norte e Nordeste, onde Dilma é mais forte. No Norte, em 2006, a abstenção foi de 19%. No Nordeste, de 18%. No Sul ficou em 15% e no Sudeste em 16%.

Assim, se os números de Serra e, especialmente Marina, mostrarem reação, a chance de um segundo é real e possível. Para evitá-lo, Dilma precisa se mobilizar no Sul e nas camadas com maior escolaridade e renda - exatamente os nichos onde tem perdido votos.

2 comentários:

Gabriel Oliva disse...

Márcio, acho que você errou aqui: "menos propensos a não errar o voto na urna eletrônica"
Creio que você queria dizer menos propensos a errrar ou então mais propensos a não errar.

Márcio Coimbra disse...

Perfeito, Gabriel. Mto obrigado!
Já foi corrigido. abraços