segunda-feira, junho 08, 2009

Eleições Européias

Já havia comentado aqui sobre as eleições européias que ocorreram neste final de semana. A vitória dos conservadores foi esmagadora e possui muitos significados, além daqueles que ouvimos por aí.

As eleições para o Parlamento Europeu servem como um termômetro para alguns países, revelando tendências do eleitorado, entretanto, não pode ser confundido com o significado dos pleitos nacionais, que mobilizam muito mais o eleitorado. O comparecimento, para termos idéia, foi pífio, frente ao esperado, entretanto, revelou aspectos interessantes.

O grupo conservador/liberal econômico (não confundir com a extrema-direta), o PPE, fez a maioria. O mais interessante, contudo, faz-se em perceber onde os conservadores abriram margem: Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália e Polônia, exatamente os países que elegem mais eurodeputados. Portanto, foge daquela argumentação segundo a qual os governos teriam sido derrotados especialmente em razão da severa crise econômica. Vale lembrar que os conservadores governam a França, Itália e a Alemanha e a UMP de Sarkozy e a coalizão CDU/CSU de Merkel ganharam com expressiva folga dos socialistas franceses e dos social-democratas alemães. Berlusconi levou a Itália a ser a segunda força nacional dentro do PPE com 34 eurodeputados. Ao contrário da opinião corrente, não houve voto direcionado pela crise e em política, aí estão contidas várias informações.

As eleições tem menos efeitos na Espanha, por exemplo, que enfrentará eleições gerais só daqui há alguns anos, portanto a perda de espaço PSOE para o PP não possui maiores significados. Entretanto, não pode se dizer o mesmo em Londres, onde a exemplo da surra sofrida pelo PS francês, os trabalhistas amargaram um vexatório terceiro lugar com apenas 15% dos votos. Em meio a crise e as portas de uma eleição geral no próximo ano, Gordon Brown mais uma vez foi atingido.

Os grupos políticos abaixo descritos evidenciam a supremacia dos conservadores que venceram também em outros países como Portugal e Áustria, o que pode ser significativo para a balança de poder em breve.

O que fica praticamente confirmada é a recondução de Durão Barroso no comando da União Européia.

Grupo / Cadeiras:

PPE-DE (conservador) 263.
PSE (social-democrata) 161.
Alde (liberal) 80.
UEN (conservador) 35.
Verdes (ecologista) 52.
GUE/NGL (esquerda) 33.
IND/DEM (eurocético) 19.
Outros 93.

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