
Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela, só para ficar entre os vizinhos, são os exemplos mais claros da ingênua política externa brasileira que acredita que nosso país possa trocar beneplácito financeiro por simpatia e servidão na política externa. Vale lembrar que nenhum ato de benevolência com nossos vizinhos resultou em benefícios para o Brasil até o momento. Eles não estão nem aí para o Brasil.
Já disse, no início de um governo Lula, que a diplomacia brasileira trilhava o lamentável caminho de um imperialismo tupiniquim que apenas enfraquece o papel do Brasil no exterior. Acreditar que os países estrangeiros são como os beneficiários do bolsa-família, convertido em um bolsa-vizinho, e simplesmente serão liderados pelo Brasil por gratidão, ultrapassa a ingeniuidade sobre a cenário internacional. O bolsa-família pode funcionar para direcionar votos nas eleições brasileiras, entretanto, acreditar que pode-se dosmeticar a política externa da mesma forma que se fez com o povo brasileiro é ignorância diplomática.
Pela revisão do acordo acertada entre Fernando Lugo e Lula, o pagamento feito pelo Brasil ao Paraguai aumentará dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões por ano, ou seja, são US$ 240 milhões a mais por ano. Além disso, O Brasil bancará a criação de fundo binacional e realizará o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões, que inicialmente era responsabilidade do Paraguai. Nossos vizinhos, a partir de agora, também poderão vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás.
Estão entregando o Brasil. As amizades políticas externas parecem ser mais importantes que a soberania nacional. Existe uma perigosa e temerária inversão de valores que trará danos irremediáveis ao Brasil, para sempre.
"O favor é a antesala da ingratidão", já dizia Ulysses Guimarães.
Nenhum comentário:
Postar um comentário