quarta-feira, julho 14, 2010

Derrota amarga no Japão

Quem esperava um governo audacioso quando o Partido Democrático do Japão chegasse ao poder, tem se decepcionado. Yukio Hatoyama teve uma passagem breve pelo comando do país. Seu sucessor, Naoto Kan, pode trilhar o mesmo caminho.

O PDJ chegou ao poder cercado de expectativas. Hatoyama liderou uma campanha vitoriosa ao lado de Ichiro Ozawa. Seu governo não completou um ano. Kan, seu sucessor, que tentou afastar-se de Ozawa, agora sente a mão pesada da eminência parda do partido. As eleições para a Câmara Alta do Parlamento, apenas seis semanas após a escolha de Kan para governar o Japão, tinham tudo para se tornar difíceis para o PDJ. Foram piores do que se imaginava.

O Partido Democrático esperava fazer 60 cadeiras, depois baixou a expectativa para 50. Fez 44. O resultado foi pífio e Kan, agora líder do partido, passou a ser responsabilizado.

A derrota do partido de Kan tem dois vértices. O primeiro é Ichiro Ozawa, que deseja recuperar seu prestígio interno e tenta mostrar sua força. Do outro lado está o PDL, que esteve no poder japonês pelas últimas décadas. A máquina partidária-eleitoral dos liberais entrou em operação com Shinjiro Koizumi, filho de Junichiro Koizumi, como um dos expoentes. Os liberais conquistaram 51 cadeiras.

Agora Kan encontra-se sem maioria na Câmara Alta. Na Câmara Baixa, falta-lhe a maioria de 2/3 para passar qualquer reforma importante. Precisará fazer concessões aos liberais. Governar tornou-se uma tarefa árdua para o PDJ.

O Primeiro-Ministro tem pouco tempo para mostrar serviço. Em setembro terá que renovar sua liderança perante o partido, que sabemos, sofrerá influência Ichiro Ozawa. Kan precisa de resultados concretos para sua manutenção na Chefia de Governo. Sem a maioria na Câmara Alta, tudo ficou ainda mais difícil.

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