quarta-feira, julho 07, 2010

Netanyahu em Washington

A visita de Netanyahu a Washington está permeada de significados e ocorre exatamente porque ambas partes compreendem que os dividendos políticos do seu entendimento são maiores do que os movimentos atuais.

Registrei aqui a visita de Rahn Emanuel, o influente Chefe de Gabinete de Obama, a Israel. Este foi apenas o primeiro passo. A Casa Branca entende que precisa mover-se no sentido de uma reaproximação de Israel. Obama busca, com este movimento, obter mais apoio no Capitólio e garantir suporte do eleitorado judaico nas eleições de novembro. O Presidente americano entendeu também o recado de Israel, que não tolerará uma política ambígua, diferente daquela histórica, construída ao longo dos anos entre os dois países. Israel sabe mudar o tom se preciso.

Isso tudo fornece a Netanyahu uma segunda chance de construir boas relações com a Casa Branca de Obama. A recepção em Washington foi diferente de março. Desta vez, o Primeiro-Ministro de Israel apareceu ao lado de Obama para uma coletiva e teve um encontro privado com o Presidente no Salão Oval. Obama, entretanto, almeja mais.

Os afagos em Netanyahu serviram para que fosse entendido que ele precisa se mover na direção de fazer concessões dentro da política externa de Obama para a região, se deseja continuar a ser um convidado de honra em Washington. O Primeiro-Ministro se move em uma linha tênue, pois sofre pressão em casa para não ceder e, se o fizer, a coalizão política que mantém seu gabinete pode ruir. Precisa negociar o quanto irá se mover nesta aproximação.

As relações bilaterais, que estremeceram desde que Obama chegou a Casa Branca, pode ter dado sinais de recuperação. Mesmo que forçado pelas circunstâncias, uma boa oportunidade para ambas partes.

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