terça-feira, julho 13, 2010

Sarkozy sob pressão

Sarkozy defendeu seu governo durante os 60 minutos de entrevista no canal de televisão pública France 2. Suas palavras não foram diferentes daquelas usadas por qualquer governo que sofre acusações. Seu objetivo principal foi evitar que o assunto ganhe maior repercussão política e tome contornos mais agudos.

O Presidente francês entende que os desdobramentos da atual crise podem refletir-se nas próximas eleições presidenciais francesas e a UMP, sem o controle de governos regionais, é refém única e simplesmente, do nome de Sarkozy, se deseja renovar seu mandato presidencial.

Depois de estar sem rumo, ao perder o pleito nacional em 2007, os socialistas conseguiram unir suas forças e se renovar, criando condições reais de chegar ao poder nacional. As vitórias eleitorais deste ano fazem parte deste cenário.

Do outro lado, a UMP enfrenta o desgaste do governo Sarkozy e denúncias como o atual caso Woerth-Bettencourt. As iniciativas estão nas mãos do Presidente, que precisa agir de forma coerente e consistente, equilibrando-se entre a pressão dos aliados e a resposta necessária para a população. Setores empresariais, que já davam como certa a reeleição de Sarkozy, começam a considerar outros cenários.

O remédio usado até o momento por Sarkozy para debelar a crise não foi eficiente, inclusive com a entrevista desta segunda. Woerth deixará cargo de tesoureiro da UMP, mas permanece ministro. Neste caso, não basta. É preciso agir de forma mais contundente. O timing da crise é perfeito para os adversários políticos da UMP. Ainda há tempo hábil para uma reação política vinda do Elysée, entretanto, precisa ser realizada de maneira certeira, sem erros.

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