sexta-feira, janeiro 17, 2014

A Saída de Coburn

Poucos são os parlamentares que realmente fazem diferença dentro do Congresso. Muitos deles são figuras desconhecidas do grande público, mas que transitam nos corredores e gabinetes da capital com desenvoltura e enorme capacidade de solucionar questões importantes. Aqui em Washington, um dos mais efetivos parlamentares com quem já tive contato foi o senador Tom Coburn, de Oklahoma. Infelizmente ele acaba de anunciar que não concorrerá a reeleição e tampouco terminará seu mandato.

Coburn luta contra o câncer. Todos sabemos. Até o último mês as indicações eram de que ele seguiria a carreira política sem problemas. Infelizmente algo mudou e ele deixará Washington para seguir com seu tratamento. Richard Burr, senador republicano pela Carolina do Norte, disse que Coburn não consegue fazer nada em se doe menos do que 100%. Isto é um fato. Faz enorme sentido. Se o senador por Oklahoma não conseguir se doar por completo ao mandato, é porque se doará 100% para o tratamento.

Quem mais perde com tudo isso é o partido republicano, que perde uma de suas estrelas, um dos parlamentares mais efetivos e atuantes de Washington. Com a renúncia de Coburn, uma nova vaga será aberta e uma eleição deve ser realizada em Oklahoma, já que nos Estados Unidos não existe o fenômeno da suplente como no Brasil. O resultado é claro. Diante de um estado tradicionalmente conservador, o sucessor de Coburn será o indicado pelo partido e certamente com o peso a influência do atual senador na escolha do nome.

Coburn sai de cena e enfrentará um duro tratamento. Não sabemos como reagirá ou se terá forças para voltar. Mas deixa um legado inestimável em Washington. Sem alardes ou estrelismo foi um parlamentar atuante e eficaz. Levou o estado de Oklahoma e ter uma representação significativa na capital, tanto quando foi deputado e depois no Senado. Parlamentares como Coburn fazem a diferença em uma cidade tomada pelos radicalismos partidários e com poucas pontes que conduzem ao entendimento. Uma destas pontes será retirada. Cabe aprender como se faz política. Certamente esta é uma lições deixadas por ele. Um dos maiores nomes conservadores do país e amigo pessoal de Barack Obama.

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