segunda-feira, janeiro 20, 2014

O Partido de Hillary

Enquanto o país celebra o feriado em memória de Martin Luther King, os números não fornecem boas notícias para Obama. Sua aprovação continua baixa e a ligeira melhora da economia ainda não se refletiu em sua popularidade.

Na verdade ainda demorará um pouco até vermos a influência de uma sensível melhora afetar os números do Presidente. Os democratas, de qualquer forma, sentem-se pressionados. Existe o medo que a impopularidade de Obama afete a performance dos candidatos do partido nas eleições parlamentares deste ano.

Na verdade, como escrevi aqui, este é um fenômeno que ainda não aconteceu, entretanto, um perigo do qual o partido não está completamente livre. Na minha opinião, os números de Obama não afetarão os democratas. Vemos no momento um movimento do pêndulo de poder no partido na direção de Hillary Clinton.

Os Clinton dominam cada vez mais os democratas e devem ser fiadores dos candidatos que se apresentam este ano, pelo menos os mais importantes e estratégicos. Hillary já tem em mente toda a estrutura de campanha e o primeiro passo são estas eleições. Enquanto vemos o ocaso de Obama, enxergamos a estrela dos Clinton voltar a brilhar no partido democrata.

Obama vive o dilema de uma Presidência sem grandes iniciativas e muitos desgastes. Em entrevista para a New Yorker disse que muitos não gostam dele pelo fato de ser negro. Isto é infelizmente um fato e todos sabem, entretanto, o diferencial de Obama foi sempre se mostrar como um bom político independentemente de sua raça - fator que deve ser realmente irrelevante. Entretanto, jogar com esta situação nesta altura do campeonato, realmente não soa bem.

O Presidente soa um pouco perdido. Sinal do ocaso de seu termo. A maldição do segundo mandato realmente se instalou na Casa Branca. Os Clinton sabem disso e trabalham nos bastidores.

Um comentário:

San Tell d'Euskadi disse...

A cor da pele atrapalha, mas não o impediu de se eleger, nem de se reeleger.

O maior problema, acho, foi de plataforma. Ele representava a 'Esperança'. Ele seria o contraponto aos falcões republicanos. Ele seria o presidente da união, do bi-partidarismo. Nada disso se concretizou.

E isso fica mais claro depois que ele perde o controle da Casa. Ele não sabe o que fazer com os republicanos. Inclusive, o maior feito do governo foi o Obamacare, aprovado sem nenhum voto republicano.

Ele está perdido, e os Cllinton sabem disso. Será uma eleição interessante. Já que os republicanos, apesar de rachados, parecem mais mobilizados.