quinta-feira, abril 18, 2013

Números de Berlim

Apesar dos esforços de Angela Merkel, a economia da Alemanha crescerá menos do que o previsto. Imaginava-se chegar a 1%. Ficará nos 0,8%. A culpa, entretanto, está longe de Berlim. O problema econômico alemão atende pelo nome de Euro.

Se tudo corre bem em Berlim, o mesmo não pode-se dizer do resto da Europa. Oito economias da zona do Euro irão contrair-se, a saber: França, Itália, Espanha, Holanda, Grécia, Portugal, Eslovênia e Chipre. A grande questão é saber até que ponto os eleitores do países que custeiam a quebradeira pós-farra irão topar pagar a conta. O dia que decidirem parar, será o fim da moeda única.

O pior de tudo é entender que a crise ainda demorará muito tempo para passar. A Espanha, por exemplo, que paga um preço caríssimo pelos oito anos de irresponsabilidade econômica de Zapatero, chegará a um desemprego de 27,2% em 2014. Madri verá sua economia encolher 1,5% neste ano e tende a ficar estagnada ano que vem.

Enquanto segura a onda, a Alemanha mostra sinais internos de vigor, mas segue enfraquecida pelos sócios do clube europeu. Mesmo com todo o abalo, o desemprego alemão cairá para 6,7% este ano e tende a cair mais, para 6,4% em 2014.

Resta saber até quando os contribuintes alemães acreditam que vale sustentar os parceiros. Merkel enfrentará uma eleição duríssima, mesmo com os números positivos em meio a uma crise sem precedentes. Mas existe uma certeza: se Merkel perder, caiu o Euro e o projeto europeu. É preciso ficar muito atento aos movimentos políticos em Berlim, afinal, destes dependem a Europa e boa parte da economia mundial.



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