quarta-feira, setembro 11, 2013

Eleições na Alemanha

A Alemanha enfrenta eleições muito importantes no dia 22. Sem dúvida o resultado mais importante e aguardado do ano, pois das urnas podem emergir os caminhos que a Europa tomará para sair da crise e também o futuro do Euro.

Angela Merkel tem aprovação na casa dos 60%, mas isto não quer dizer que ela terá uma eleição tranquila. O sistema eleitoral alemão pode pregar peças nos mais preparados analistas. O fato é que parece consenso que Merkel seja reconduzida, mas sem maioria absoluta. Ou seja, mesmo com aprovação de 60%, seu partido, CDU, não chegará a eleger 50% do Bundestag. Para formar um governo, precisará chegar aos 50% do parlamento aliada a outro partido - neste momento, a questão mais importante.

Merkel disputa seu terceiro mandato. Vem de quatro anos muito tranquilos, pois governa em coalizão com um parceiro em sintonia, os libertários da FDP. Entretanto, nos primeiros quatro anos teve que governar em coalizão com os social-democratas, do adversário SPD -  o que levou a implementação de uma agenda mais restrita. O receio é que a situação de oito anos atrás se repita e que Merkel tenha que montar um gabinete dividido com os social-democratas mais uma vez. Limitará muito sua linha de ação.

Este receio é real por dois motivos. O libertários tem perdido muito terreno. O FDP encontra-se muito fraco e talvez não alcance o número de votos suficientes para ajudar a CDU a chegar aos 50% do Bundestag ou mesmo entrar no parlamento. A outra é que a CDU sofreu derrotas importantes para o SPD em pelo menos cinco eleições estaduais, como na Baixa-Saxônia. No total foram 12 estados onde Merkel não alcançou maioria. O SPD passou a chamá-la de "rainha sem país", já que apesar das derrotas, ainda contava com alta popularidade. A dúvida é se as derrotas estaduais serão suficientes para abalar os votos da coalizão de Merkel nas eleições federais.

Existe também um outro cenário. Se o SPD reverter o favoritismo de Merkel (40%) usando como estratégia as eleições estaduais, é possível que os social-democratas (28%), aliados ao partido de esquerda, Die Linke (8%), e aos Verdes (entre 11% e 15%), alcancem os 50%. Este seria o cenário mais preocupante para a Europa.

Apesar do favoritismo de Merkel, todos os movimentos desta eleição devem ser observados com muito cuidado.

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