segunda-feira, setembro 30, 2013

Shutdown

Os americanos estão a prestes a ver o governo fechar muitos de seus serviços a partir desta terça-feira. Se o Congresso não aumentar o teto da dúvida, o Executivo terá que começar a parar de funcionar. Isto terá reflexos negativos na vida da população, mas também terá desdobramentos políticos e chegou no ponto que está, sem dúvida, pela falta de habilidade política de Barack Obama.

Os republicanos usam seus votos, neste momento, como arma política contra o Obamacare. Na verdade dizem que votam o aumento do teto, se for excluído da pauta o financiamento do projeto. Obama disse que não negociará qualquer alteração. O impasse está formado. Se não acharem um meio-termo ou qualquer um dos lados ceder, o governo começa a parar de funcionar amanhã, pois não haverá recursos para pagamento de serviços. Em 1996, durante o governo Clinton, o administração federal teve um shutdown de 23 dias.

Por certo o caminho do radicalismo de ambos os partidos, que tomaram suas agendas nos últimos tempos, não é o caminho a seguir. O atalho do bipartidarismo para a solução de problemas graves está sumindo na medida que o fosso entre republicanos e democratas aumenta aqui em Washington e Obama não contribui de forma alguma para a melhora desta situação. Ao invés de procurar uma solução negociada, parte para o enfrentamento.

Mas o problema é mais sério. O aumento do gasto público nos Estados Unidos está alcançando um ponto perigoso. Vejam o crescimento nesta tabela. A introdução do Obamacare, aumentando a despesa, realmente é motivo de preocupação entre os americanos. Cresce o poder e os gastos do Estado em um país onde seis em cada dez americanos acreditam que já passou do limite do razoável.

Obama não possui maioria na Câmara, mas no Senado tem tranquilidade para passar suas iniciativas. Por certo muitos republicanos querem dificultar a vida do Presidente, mas sempre existem grupos menos ponderados nos dois espectros políticos. Falta ao Presidente americano criar uma ponte com os moderados para temas importantes. Falta a habilidade política que sobra na campanha na relação com o parlamento.

No passado, quando senador, Obama disse que a necessidade de aumentar o teto da dívida, mostrava um país com falta de liderança. Disse que era um sinal que o governo dos Estados Unidos não consegue pagar suas próprias contas e tinha, portanto, a intenção de votar contra o aumento do teto da dívida. Pois bem, hoje ele está no Salão Oval e tem nas mãos a grande chance de fazer algo diferente. Não fez. A partir de amanhã, o governo começa a parar.

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