quinta-feira, setembro 19, 2013

Viagem Cancelada. Oportunidade Perdida

Dilma deveria aprender com Putin. Mas sejamos sinceros, a Presidente nunca foi uma política, portanto, não podemos esperar movimentos deste tipo vindos do Palácio do Planalto. Ela é uma ideóloga, como sempre disse, que ainda carrega no coração traços forte do pedetismo desenvolvimentisa de Brizola e na cabeça é embalada pelos novos companheiros petistas que a conduziram ao Planalto. Dilma é um produto desta realidade e seu governo é a maior tradução deste estado de coisas.

Na própria política doméstica Dilma sofre dificuldades. Falta entrosamento com os parlamentares, assessores e ministros. Dez entre dez pessoas que lidam com o governo em Brasília sentem falta pessoas como Lula e Fernando Henrique, cada um em seu patamar, mas ambos hábeis no jogo político e nas negociações com parlamentares.

Assim, o cancelamento da viagem da Presidente aos Estados Unidos traz um pouco de todos estes traços. Joga para a torcida, apontando um inimigo comum, movimento político já traduzido por Hayek em sua obra "O Caminho da Servidão" há tempos atrás. Acalma o petismo mais ideológico, que enxerga uma espécie de troco contra um suposto imperialismo que permeia o pensamento esquerdista e conforta o pedestimo ardente no coração de Dilma.

Contabilizado tudo isso, nos perguntamos sobre os desdobramentos práticos. Perdem os negócios, que necessitam do acerto de regras e negociações entre os dois mandatários. Perde também a diplomacia, que deixou escapar, mais uma vez por um ranço ideológico, a oportunidade de traduzir em ganhos políticos uma situação desfavorável.

Todos os países realizam espionagem. Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido, inclusive o Brasil. Assim como os chineses, os americanos foram pegos. Existe aí uma possibilidade de fazer render esta situação em favor do Brasil. Nosso país poderia contar com a simpatia e movimentos da diplomacia americana em um sem número de casos. Colocados na mesa, servem como instrumentos de negociação política na esfera internacional. Foi perdida a oportunidade de traduzir em ganhos políticos internacionais um vacilo dos americanos.

Enquanto governos forem refém de situações ideológicas, não existirá margem de negociação diplomática. Putin entende bem disso. É antes de tudo um pragmático. Coloca a Rússia em primeiro lugar e dentro da arena internacional consegue articular com habilidade incomum a posição de seu país, traduzindo em ganhos situações desfavoráveis. Perspicácia que falta a nossa Presidenta e o grupo de ideólogos em torno dela.

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