terça-feira, maio 07, 2013

Vespeiro sírio

John Kerry chegou ao comando do Departamento de Estado em um momento muito delicado. A escalada da tensão na Síria tem feito todos ficarem apreensivos. Obama tem sido pressionado para tomar ações que não deseja. Todos estão com um problema sério para resolver.

Israel entrou no jogo no final de semana, como escrevi aqui. Não entrou sozinho. Chegou respaldado pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos. Isto fez com que surgissem reações do Irã, mas também do governo turco, que deseja a saída de Assad, mas detestou a intervenção de Israel.

Uma peça importante neste tabuleiro é a Rússia. Até agora, Putin mostra-se muito cético. Kerry chega a Moscou hoje com o intuito de seduzir o Presidente russo em favor da estratégia americana. A dúvida que fica no ar é exatamente saber se existe uma estratégia americana. O que pretende Obama é uma incógnita.

A Casa Branca tem evitado realizar uma intervenção na região, contudo, está sendo pressionada a se movimentar. Entretanto, manter Assad talvez seja a ação estratégica mais indicada para os americanos, dadas as opções para o preenchimento do vácuo de poder na Síria. A oposição que deseja o fim de Assad tem forte traço religioso. A opção laica está do lado de Assad, além cristãos, drusos e partes da população muçulmana mais próxima do ocidente. Enfraquecer Assad seria uma opção inteligente?

Muitos carregam esta dúvida. Muitos querem a saída de Assad, mas mexer na estabilidade da Síria é abrir um vespeiro na região. É preciso estar muito preparado para o pós-Assad e ninguém parece estar disposto a mexer neste intrincado tabuleiro. E agora?

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