terça-feira, julho 07, 2009

Uigures enfrentam a China em Xinjiang

Se já é difícil obter informações confiáveis sobre a China, imagine sobre a região de Xinjiang, que fica no noroeste do país, onde a imprensa é controlada e a presença de jornalistas estrangeiros ostensivamente monitorada.

Esta região chama a atenção nos últimos dias pelo onda de protestos de uigures, muçulmanos que tradicionalmente sempre habitaram a região.

Assim como outras regiões da China, como o Tibete, Xinjiang tem pouco a ver com a cultura chinesa. Sua proximidade, étnica, cultural, religiosa e sua língua estão intimamente mais ligados a Ásia Central. Mas mesmo assim, da mesma forma brutal com que o Tibete foi ocupado, saqueado e anexado à China comunista, a região de Xinjiang passou a fazer parte do país em 1949.

Assim como no Tibete, um crime se perpetua na região, a limpeza étnica, e aí está o cerne da crise. A China vem tentando "limpar" o território de uigures incentivando a migração em massa de pessoas da etnia han para o local. Resultado: 40% da população em Xinjiang já é da etnia han e na capital já são maioria. A China fomenta uma situação que, além de criminosa, cria uma situação delicada para o futuro da região.

Como em qualquer regime comunista, as pessoas tem medo de falar, neste caso os uigures, mas por mais que a China, que fomenta uma situação de conflito, reprima as manifestações, o vulto das 150 mortes (dados oficiais) nos últimos dias chamaram a atenção do mundo.

Vale lembrar que os uigures conseguiram, nesses dias, realizar a maior manifestação popular contra o governo comunista ditatorial chinês em 20 anos.

Em Xinjiang, os uigures não se consideram chineses. Talvez porque realmente não o sejam. O mundo precisa ficar atento às atrocidades cometidas em lugares como Xinjiang e o Tibete.

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